quarta-feira, 30 de agosto de 2023

CORAGEM DA FÉ

13. Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos Céus; e todo aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também, diante de meu Pai que está nos Céus. (Mateus, 10:32 e 33)

14. Se alguém se envergonha de mim e de minhas palavras, o Filho do Homem se envergonhará dele também, quando vier em sua glória e na de seu Pai e dos santos anjos. (Lucas, 9:26)

15. A coragem de manifestar opinião própria sempre foi estimada entre os homens, pois há mérito em enfrentar os perigos, as perseguições, as contradições, e até mesmo as simples ironias, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente as ideias que não são as de todos. Nisto, como em tudo, o mérito está na razão das circunstâncias e da importância do resultado.

Há sempre fraqueza em recuar diante das dificuldades de defender sua opinião e de renegá-la, mas há casos em que isto equivale a uma covardia tão grande quanto a de fugir no momento do combate.

Jesus destaca essa covardia, do ponto de vista especial da sua doutrina, ao dizer que, se alguém se envergonha de suas palavras, Ele se envergonhará também dele; que renegará aquele que O tiver renegado; que aquele que O confessar diante dos homens, Ele o reconhecerá diante do Pai que está nos Céus; em outras palavras: Aqueles que tiverem medo de se confessar discípulos da verdade não são dignos de ser admitidos no reino da verdade. Perderão, assim, a vantagem de sua fé, porque é uma fé egoísta, que guardam para si mesmos, mas que escondem com medo que lhes acarrete prejuízo neste mundo, ao passo que, ao colocar a verdade acima de seus interesses materiais, proclamando-a abertamente, trabalham ao mesmo tempo pelo seu futuro e pelo dos outros.

16. Assim será com os adeptos do Espiritismo, uma vez que sua doutrina é o desenvolvimento e a aplicação do Evangelho. É a eles, portanto, que também se dirigem as palavras do Cristo: Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá, recolherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza.

PREVENÇÕES NEGATIVAS

Mantenhamos a ideia clara e positiva do bem para que a prevenção negativa não nos perturbe.

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Não mentalizes sofrimentos suscetíveis de surgir amanhã, porque talvez jamais aconteçam.

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Doença em casa ou em ti mesmo? Aflição não substituirá providência ou medicação que exigem serenidade para o êxito devido.

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Provações de familiares e amigos?

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Lamentação não fará o que a fortaleza de ânimo e a coragem poderão realizar em favor deles com a tua palavra iluminada de confiança e compreensão.

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Parentes difíceis? Queixas e reproches não tomarão o lugar da bondade e da aceitação com que se te fará possível auxiliá-los e melhorar-lhes a vida.

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Amigos que se afastam? Reprovação não trará nenhum de volta e, se realmente estão eles em tua estima, é justo reconhecer que necessitam muito mais de bênção, que de reprovação.

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Acidentes reclamando socorro? Desespero não se te fará útil, mas o espírito de iniciativa e de apoio fraternal conseguirá o concurso providencial de tua presença.

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Boatos? Usa o teu arquivo de silêncio.

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Acusações contra alguém? Eis chegado um grande momento para o exercício da caridade.

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Em qualquer crise do cotidiano, recordemos que a Criação de Deus está iluminada pela eficiência, mas sem qualquer marca de pressa.

Livro Calma – Espírito Emmanuel – Médium Chico Xavier.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

OS SÃOS NÃO TÊM NECESSIDADE DE MÉDICO

11. Jesus, estando à mesa na casa deste homem (Mateus), vieram muitos publicanos e pessoas de má vida que se colocaram à mesa com Jesus e seus discípulos; e vendo isso, os fariseus disseram a seus discípulos: Por que vosso Mestre come com os publicanos e pessoas de má vida? Mas Jesus, os tendo escutado, lhes disse: Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos. (Mateus, 9:10 a 12)

12. Jesus dirigia-se, principalmente, aos pobres e aos deserdados, pois são eles os que têm maior necessidade de consolação; aos cegos dóceis e de boa-fé, porque pedem para ver, e não aos orgulhosos, que acreditam possuir toda luz e não ter necessidade de nada.

Estas palavras causam admiração como tantas outras, mas aplicam-se perfeitamente ao Espiritismo. A mediunidade está neste caso. Parece estranho que ela seja concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela; costuma-se dizer que um dom tão precioso deveria ser dado somente aos mais merecedores.

Digamos, primeiramente, que a mediunidade faz parte da condição orgânica de qualquer pessoa. Qualquer um a pode ter, assim como vê, ouve e fala, e qualquer criatura, em virtude do seu livre-arbítrio, pode delas abusar. Se Deus tivesse concedido a palavra apenas àqueles que fossem capazes de dizer coisas boas, haveria na Terra mais mudos do que falantes. Deus deu aos homens os dons, e os deixou livres para usá-los, embora sempre puna os que deles abusam.

Se o dom de comunicar-se com os Espíritos fosse dado apenas aos mais dignos, quem ousaria pretendê-lo? Onde estaria o limite da dignidade e da indignidade? A mediunidade é, portanto, dada a todos, a fim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, tanto ao pobre quanto ao rico; aos sábios para fortalecê-los no bem, aos viciosos para corrigi-los. Não são estes últimos, os doentes, que têm necessidade de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria da ajuda que pode tirá-lo do lamaçal? Os bons Espíritos vêm ajudá-lo, e os conselhos que recebe diretamente são de natureza a impressioná-lo mais vivamente do que se os recebesse por outros caminhos. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir procurar a luz ao longe, a coloca em suas mãos; não será bem mais culpado se não quiser ver? Poderá se desculpar por sua ignorância, quando ele mesmo tiver escrito, visto com seus olhos, ouvido com seus ouvidos e pronunciado com a própria boca sua condenação? Se não aproveita, é então punido pela perda ou pela perversão do seu dom, do qual os maus Espíritos se aproveitam para obsediá-lo e enganá-lo, além das aflições comuns com que a Lei de Deus atinge seus servidores indignos e os corações endurecidos pelo orgulho e o egoísmo.

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores; é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos útil aos Espíritos em geral. O bom médium não é, portanto, aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos, e que só deles recebe assistência.

É somente nesse sentido que a excelência das qualidades morais tem influência sobre a mediunidade.

ALGUMA COISA 

“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos.”

Jesus. (Lucas, 5:31.)

Quem sabe ler não se esqueça de amparar o que ainda não se alfabetizou.

Quem dispõe de palavra esclarecida ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da frase correta e expressiva.

Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.

Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu à mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das trevas.

Quem possua recursos para trabalhar não olvide o irmão menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível, a atividade digna.

Quem estime a prática da caridade compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.

Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.

Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.

Quem estiver em companhia da paz ajude aos desesperados.

Quem guarde alegria divida a graça do contentamento com os tristes.

Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas, sim, os enfermos.

Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que as tuas.

A vida não reclama o teu sacrifício integral em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.

Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Chico Xavier.