terça-feira, 25 de julho de 2017

MANEIRA DE ORAR



22. O primeiro dever de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar o seu retorno à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos oram, mas muito poucos sabem orar! Que importância terão perante o Senhor as frases que juntais umas às outras, sem compreender o que dizeis, por ser vosso hábito e um dever que cumpris, e que como todo dever vos pesa?
A prece do cristão, do espírita ou de qualquer outro culto deve ser feita logo ao acordar, quando o Espírito retomou o domínio do corpo após o sono. Deve elevar-se em agradecimento aos pés da Majestade Divina com humildade, do fundo da alma, agradecendo todos os benefícios recebidos até aquele dia; pela noite transcorrida, durante a qual vos foi permitido, embora inconscientemente, ir até junto de vossos amigos, vossos guias, para renovar, ao contato com eles, vossas forças e confiança. A prece deve elevar-se humilde aos pés do Senhor, para Lhe confessar a vossa fraqueza, e suplicar amparo, indulgência e misericórdia. Ela deve ser profunda, pois é vossa alma que deve se elevar em direção ao Criador, devendo transfigurar-se como Jesus no Tabor*, e chegar ao Senhor, branca e radiosa de esperança e de amor.
Vossa prece deve conter o pedido das graças de que tendes necessidade, mas das autênticas necessidades. É inútil pedir ao Senhor para encurtar vossas provas, para vos dar alegrias e riquezas. Rogai-lhe para vos conceder os bens mais preciosos: a paciência, a resignação e a fé. Não deveis dizer como acontece com muitos entre vós: “Não vale a pena orar, uma vez que Deus não me atende”. Que pedis a Deus, na maior parte das vezes? Já vos lembrastes de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Não. Poucas vezes o fazeis. Contudo, estais sempre pedindo o sucesso em vossos empreendimentos na Terra, e frequentemente dizeis: “Deus não se ocupa conosco; se o fizesse, não haveria tantas injustiças”. Insensatos! Ingratos! Se analisásseis honestamente o fundo de vossa consciência, encontraríeis quase sempre, em vós mesmos, o ponto de partida dos males dos quais vos lamentais. Pedi, antes de todas as coisas, vossa melhoria, e vereis que imensidão de graças e de consolações se derramarão sobre vós. Deveis orar sempre sem que, para isso, seja preciso vos recolherdes ao vosso oratório, ou vos exibirdes de joelhos nas praças públicas. Durante a jornada diária de trabalho, a prece deve constar como parte do cumprimento dos vossos deveres, qualquer que seja a natureza deles, sem exceção. Não é um ato de amor para com o Senhor assistir os vossos irmãos em qualquer necessidade, moral ou física? Não é um ato de reconhecimento elevar o vosso pensamento a Deus quando uma felicidade vos chega, um acidente é evitado, até mesmo quando uma contrariedade vos atinja somente de leve? Portanto, deveis sempre agradecer em pensamento: Sede abençoado, meu Pai! Não é um ato de arrependimento humilhar-vos diante do Juiz Supremo quando sentirdes que falhastes, ainda que por um breve pensamento, e dizer-Lhe: Perdoai-me, meu Deus, pois pequei (por orgulho, por egoísmo ou por falta de caridade); dai-me a força para não mais falhar e a coragem de reparar o meu erro?
Deveis proceder desta maneira independentemente das preces regulares da manhã, da noite e dos dias consagrados. Como vedes, a prece pode ser feita a todos os instantes, sem trazer nenhuma interrupção aos vossos trabalhos, e, se assim fizerdes, ela os santificará. Acreditai que apenas um destes pensamentos, partindo do coração, é mais ouvido por vosso Pai Celestial do que as longas preces ditas por hábito, muitas vezes sem causa determinada, às quais a hora convencionada vos lembra automaticamente que chegou o momento da prece.

Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXVII - Pedi e Obtereis


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS - MANEIRA DE ORAR (V. Monod - Bordeaux, 1862)


 

terça-feira, 18 de julho de 2017

CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE - AE DE 18.07.2017



CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE.  
POR QUE JESUS FALA POR PARÁBOLAS 
 
1. Não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire; mas ela deve ser colocada sobre um velador, a fim de que ilumine aqueles que estão na casa. (Mateus, 5:15)



2. Não há ninguém que, após ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque debaixo da cama; mas deve ser colocada sobre o velador, a fim de que aqueles que entrem vejam a luz; pois não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de escondido que não deva ser revelado e aparecer publicamente. (Lucas, 8:16 e 17)

3. Seus discípulos, se aproximando, disseram: Por que falais por parábolas? E respondendo, lhes disse: Porque foi dado a vós conhecer os mistérios do reino dos Céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado. Porque, àquele que já tem, mais lhe será dado e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque o coração deste povo se tornou pesado, seus ouvidos se tornaram surdos, e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos para que não ouçam, para que seu coração não compreenda e nem se convertam permitindo que eu os cure. (Mateus, 13:10 a 15)
4 Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve colocar a luz debaixo do alqueire, enquanto Ele mesmo encobre, constantemente, podem compreender. Ele se explica, ao dizer a seus apóstolos: Eu lhes falo por parábolas porque não estão ainda à altura de compreender certas coisas; veem, olham, ouvem e não compreendem. Assim, dizer-lhes tudo seria inútil por enquanto, mas digo-o a vós porque vos foi dado compreender estes mistérios. Ele procedia, perante o povo, como se faz com as crianças cujas ideias ainda não estão desenvolvidas. Dessa maneira, indica o verdadeiro sentido do seu ensinamento: Não se deve colocar a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o velador, a fim de que todos aqueles que entrem possam ver a luz, isto é, não é prudente revelar precipitadamente todos os conhecimentos, pois o ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a quem se dirige, porque há pessoas para as quais a luz muito viva ofusca sem esclarecer.

Acontece com a sociedade em geral o mesmo que com os indivíduos. As gerações passam pela infância, pela juventude e pela idade madura; cada coisa deve vir a seu tempo, já que o grão semeado fora da época do plantio não germina. Mas o que a prudência manda calar momentaneamente deve, cedo ou tarde, ser descoberto, pois, atingindo um certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; as trevas da ignorância lhes pesam. Tendo Deus lhes dado a inteligência para compreender, e para se guiarem por entre as coisas da Terra e do Céu, eles tratam de raciocinar, refletir sobre a sua fé; por isso é que não se deve colocar a candeia debaixo do alqueire, pois, sem a luz da razão, a fé se enfraquece.

Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXIV - Itens 1 a 4.

A CANDEIA VIVA


"Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo da mesa, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa". - Jesus. MATEUS, 5:15.

Muitos aprendizes interpretaram semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática, e desvairaram-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.

Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé.

Sem a palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento.

Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo.

A assertiva de Jesus, todavia, atinge mais além.

Atentemos para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível.

Sem o sacrifício da energia ou do óleo não há luz.

Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.

Nossa existência e a candeia Viva.

É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.

Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.

Ninguém deve amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal.

Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas, não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.

Transforma as tuas energias em bondade e compreensão redentoras  para toda gente, gastando, para isso, o óleo de tua boa-vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar.

Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Chico Xavier. 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Da Prece Pelos Mortos e Pelos Espíritos Sofredores - Atendimento Espiritual de 17.07.2017



DA PRECE PELOS MORTOS E PELOS ESPÍRITOS SOFREDORES





18. Os Espíritos sofredores clamam por preces, e elas lhes são proveitosas, porque, ao ver que são lembrados, sentem-se mais reconfortados e menos infelizes. Além disso, a prece tem para eles uma ação mais direta: reanima sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo arrependimento, pela reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode aliviar e abreviar-lhes os sofrimentos. (Consulte O Céu e o Inferno, 2a. parte: Exemplos.)
19. Há pessoas que não admitem a prece pelos mortos porque conforme creem, há para a alma duas alternativas apenas: ser salva ou condenada às penalidades eternas, resultando, em ambos os casos, na inutilidade da prece. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos, por um instante, a existência dos sofrimentos eternos e imperdoáveis e que nossas preces sejam impotentes para pôr um fim a isso. Perguntamos se, nesta hipótese, é lógico, é caridoso, é cristão não orar pelos condenados? Essas preces, por mais impotentes que sejam para libertá-los, não são para eles um sinal de piedade que pode suavizar seus sofrimentos? Na Terra, quando um homem é condenado à prisão perpétua, mesmo quando não se tenha nenhuma esperança de obter para ele o perdão, é proibido a uma pessoa caridosa ir aliviar-lhe os sofrimentos? Quando alguém é atingido por um mal incurável, e só porque não há nenhuma esperança de cura, deve-se abandoná-lo sem nenhuma consolação? Lembrai-vos de que entre os condenados pode estar uma pessoa que vos foi querida, um amigo, talvez um pai, uma mãe ou um filho, e, só porque alguns pensam que ele não poderá ser perdoado, acaso lhe recusaríeis uma copo d’água para matar a sede? Um remédio para curar suas feridas? Não faríeis por ele o que faríeis por um prisioneiro? Não lhe daríeis uma prova de amor e de consolação? Negando-lhe tudo isso, não seríeis cristãos. Uma crença que endurece o coração não pode estar unida à de um Deus que coloca em primeiro lugar os deveres de amor ao próximo.
Negar a eternidade dos sofrimentos não quer dizer que não existam penalidades temporárias, porque Deus, na sua justiça, não confunde o bem com o mal. Portanto, negar, neste caso, a eficiência da prece seria negar a eficiência da consolação, dos encorajamentos e dos bons conselhos; seria negar a força que se recebe da assistência moral daqueles que nos querem bem.
20. Outros se baseiam numa razão mais enganadora: a imutabilidade dos decretos divinos. Deus, dizem eles, não pode mudar suas decisões a pedido das criaturas, porque, nesse caso, nada seria estável no mundo. O homem, portanto, não tem nada que pedir a Deus senão somente submeter-se e adorá-Lo.
Há nesta ideia uma falsa compreensão da imutabilidade da lei divina, ou melhor, há ignorância da lei no que diz respeito à penalidade futura. Essa lei hoje nos está sendo revelada pelos Espíritos do Senhor, agora que o homem está maduro para compreender o que, na fé, está de conformidade ou contrário aos propósitos divinos.
Segundo o dogma da eternidade absoluta dos sofrimentos, não se levam em conta a favor do culpado nem seus remorsos, nem seu arrependimento. Todo desejo que tenha de melhorar-se será inútil: está condenado a permanecer no mal para sempre. Se é condenado por um tempo determinado, o sofrimento acabará quando o tempo se tiver cumprido. Mas quem garantirá que ele terá mudado para melhorar seus sentimentos? Quem poderá afirmar que, a exemplo de muitos condenados na Terra, ao ser liberto da prisão, não será ele tão mau quanto o era antes? No caso daquele que se arrependeu, seria manter na dor do castigo um homem que retornou ao bem, e, no outro, daquele que continuou mau, seria premiar um culpado. A Lei de Deus é mais previdente e sábia: sempre justa, igual para todos e misericordiosa, não fixa nenhuma duração ao sofrimento, qualquer que ele seja, e pode se resumir assim:
21 – “O homem sempre sofre a consequência de suas faltas e não há uma única infração à Lei de Deus que não tenha a sua punição.”
– “A severidade do castigo é proporcional à gravidade da falta.”
– “A duração do castigo para qualquer falta é indeterminada; fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno ao bem; a punição dura tanto quanto a sua permanência no mal. Será perpétua, se a permanência no mal também o for, ou de curta duração, se o arrependimento vier logo.”
– “Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe dá a esperança. Mas o simples arrependimento do mal não é suficiente: é preciso a reparação da falta. É por isso que o culpado é submetido a novas provas, nas quais pode, sempre pela ação da sua livre vontade, fazer o bem, reparando o mal que cometeu.”
– “O homem é, assim, constantemente o árbitro de sua própria sorte; pode abreviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente; sua felicidade ou sua infelicidade dependem da vontade que tenha de fazer o bem.”
Esta é a lei, lei imutável em concordância com a bondade e a justiça de Deus.
Portanto, o Espírito culpado e infeliz pode sempre salvar-se a si mesmo, e a Lei de Deus lhe mostra quais as condições para isso. Na maioria das vezes, o que lhe falta é a vontade, a força e a coragem.
Se, por nossas preces, nós lhe inspirarmos essa vontade, se o ampararmos e o encorajarmos; se, por nossos conselhos, conseguir as luzes de que necessita, ao invés de solicitar a Deus a abolição de sua lei, tornamo-nos os instrumentos de outra lei também sua, a de amor e de caridade, da qual nos permite participar para darmos, nós mesmos, uma prova de caridade. (Consulte O Céu e o Inferno, 1a. parte, Caps. 4, 7, 8.)

Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 27 - Pedi e Obtereis.