4. E tendo
Jesus entrado em Jericó, atravessou a cidade. Havia lá um homem chamado Zaqueu,
chefe dos publicanos e bastante rico, e, querendo encontrar Jesus para
conhecê-Lo, não o podia devido à multidão, porque era de estatura baixa; foi
por isso que correu adiante e subiu numa grande árvore para vê-Lo, pois Ele
devia passar por lá. E, tendo Jesus chegado a esse lugar, levantou os olhos
para o alto; e tendo-o visto, disse-lhe: Zaqueu, descei depressa pois preciso
ficar hoje em vossa casa. Zaqueu desceu depressa, e recebeu-o com alegria.
Todos viram isso e disseram murmurando: Ele foi hospedar-se na casa de um homem
de má vida.
Entretanto, Zaqueu, apresentando-se diante do
Senhor, Lhe disse: Senhor, dou a metade de meus bens aos pobres, e, se fiz o
mal a quem quer que seja, pago-lhe quatro vezes mais. Sobre o que Jesus lhe
disse: Esta casa recebeu hoje a salvação, pois este também é filho de Abraão; pois
o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido. (Lucas, 19:1
a 10)
ANTE O
PRÓXIMO
Quando as circunstancias nos ofereçam
incompreensões ou acusações, em torno do próximo, busquemos examinar
acontecimentos e pessoas com os olhos do Cristo.
Imaginemo-nos de posse do senso divino, sem perder
a noção de nossa reconhecida pequenez e a incomensurável grandeza daquele a
quem nomeamos por nosso Mestre e Senhor.
Como teria visto Jesus a estreita espiritualidade
do seu tempo, senão por gleba inculta que lhe cabia arrotear e semear? Como
teria apreciado as criticas que lhe acompanharam a obra a não ser por tumulto
necessário de opiniões, a fim de que a verdade prevalecesse? Fossem quais
fossem as crises, jamais pedia o mais alto padrão de serenidade, aproveitando o
tempo para construir e situando no futuro a concretização dos seus luminosos
objetivos.
Muitos viam em Zaqueu o avarento incorrigível; ele,
no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de
transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência. Em Bartolomeu, a multidão
enxergava o infortúnio de um cego; ele anotou os obstáculos de um doente,
suscetível de ser curado para glorificar a Bondade de Deus.
Em Maria de Magdala, cuja personalidade apresentava
a mulher obsidiada por sete Espíritos infelizes, reconheceu a criatura decidida
a renovar-se e que lhe seria, mais tarde, a mensageira da própria ressurreição.
Em Pedro, que o povo definia por discípulo frágil, a ponto de negá-lo três
vezes, descobriu o amigo sincero que, convenientemente amadurecido na fé, lhe
presidiria o apostolado em formação.
Múltiplos os óbices que se agigantam no caminho da
fé, mas não permitas que eles te venham conduzir ao desanimo ou à negação.
Procura enumerá-los por fora, com as pupilas de Jesus, e encontrarás sublime
compreensão e balsamizar-te por dentro. Feito isso, registraremos dificuldades
e aflições, desgostos e contratempos, não ao modo de barreiras intransponíveis
na senda de elevação espiritual e sim reconhecê-lo-emos por necessidades justas
e inevitáveis do campo de serviço em que fomos chamados a produzir, no bem da
Humanidade e de nós mesmos, aí trabalhando e abençoando como Jesus abençoou e
trabalhou.
Livro
Caridade – Médium Chico Xavier – Espíritos Diversos – Mensagem de Emmanuel.