8. Quem poderia melhor do que eu compreender a
verdade destas palavras de Nosso Senhor: meu reino não é deste mundo? O orgulho
me perdeu sobre a terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo,
se eu não compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza
terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela
não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha
pensei chegar no reino dos céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em
vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito
acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas
veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das
grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!
Para preparar um lugar nesse reino são necessárias
a abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se
pergunta: o que fostes? Que posição ocupastes? Mas o bem que fizestes? As
lágrimas que enxugastes?
Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste
mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao céu, e os degraus do trono não
levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele.
Procurai, pois, o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as
flores!
Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se
os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se
apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens
sólidos e duráveis, os únicos que lhes aproveitariam na morada celeste, e que
lhes podiam abrir as portas dessa morada.
Tende piedade dos que não ganharam o reino dos
céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do
Altíssimo, é o traço de união entre o céu e a terra. Não o esqueçais!
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. II - Meu reino não é deste mundo - Instruções dos Espíritos.
Tempo
“Aquele
que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o
Senhor o não faz.” Paulo – Romanos – 14-6.
A maioria dos homens ainda não percebeu os valores
infinitos do tempo.
Existem mesmo os que abusam dessa concessão divina.
Julgam que a riqueza dos benefícios lhe é devida
por Deus.
Entretanto, seria justo interrogar o motivo de semelhantes presunções.
Por constituir patrimônio comum a criação inteira é
justo que todos gozem das possibilidades do tempo, mas, em geral, a criatura não
medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor do seu
aperfeiçoamento espiritual.
O homem, por certo, contaria com o tempo, mas e se esse tempo estivesse
sem luz, sem saúde, sem trabalho?
Contudo, são muitos raros os que valorizam o dia.
Ao contrário, observam-se, em toda parte, as
fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A expressão “matar o tempo” é bem um reflexo da inconsciência do homem.
E nos menores recantos, há criaturas nesse mister, exterminando as
possibilidades mais sagradas.
Um dia de saúde, de tranquilidade e de luz é muito importante para
cooperação da Lei Divina.
Os interesses imediatos do mundo clama que o “tempo é dinheiro”, para
depois fazer de novo todas as obras começadas, entretanto, o apóstolo nos
afirma que o tempo é do Senhor.
Do Livro Luz no Caminho – Chico Xavier – Pelo Espírito Emmanuel.
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