domingo, 27 de maio de 2018

O CONSOLADOR PROMETIDO


3. Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei a meu Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, 14:15 a 17 e 26)
4. Jesus promete um outro consolador: é o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar pronto para entendê-Lo, que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que o Cristo disse: Se o Espírito de Verdade deve vir mais tarde ensinar todas as coisas, é porque o Cristo não disse tudo, é porque o que disse foi esquecido ou mal entendido.
O Espiritismo vem, no tempo previsto, realizar a promessa do Cristo, e o Espírito de Verdade preside ao seu estabelecimento; chama os homens à observação dessa lei; ensina todas as coisas ao fazer entender o que o Cristo disse apenas por parábolas. O Cristo disse: Que ouçam
os quem têm ouvidos para ouvir. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, pois fala de forma direta e objetiva. Ele ergue o véu deixado propositadamente em alguns mistérios. Vem, enfim, trazer uma consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, dando uma causa justa e um objetivo útil para todas as dores.
O Cristo disse: Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados; mas como se achar feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre? O Espiritismo mostra a causa nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem sofre as consequências do seu passado. Ele mostra o objetivo, no qual os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, e é a purificação que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu o sofrimento e o acha justo. Sabe que esse sofrimento ajuda no seu adiantamento, aceita-o sem lamentações, como o trabalhador aceita a tarefa que lhe garante o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro. A dúvida cruel não mais influencia sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das contrariedades da vida terrena se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele engloba, e a esperança da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o fim do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse sobre o Consolador prometido: o conhecimento das coisas, que faz com que o homem saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra; lembrança dos verdadeiros princípios da Lei de Deus e a consolação pela fé e pela esperança.

O Evangelho Segundo O Espiritismo – Capítulo 6 – Itens 3 e 4.

352 – Devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo Redivivo?

- O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.

353 – O espiritismo veio ao mundo para substituir as outras crenças?

- O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: - “Eu não vim destruir a Lei”.
O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças, parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar para transforma-las, elevando-hes as concepções antigas para o clarão da verdade imoralista.
A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado das gloriolas efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer que se encontre, e revelando a verdadeira luz, pelos atos e pelos ensinamentos, o espiritista sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da regeneração do Templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus Cristo.

Livro O Consolador – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

domingo, 20 de maio de 2018

O JUGO LEVE


1. Vinde a mim, vós todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus, 11:28 a 30)
2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de entes queridos encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Porém, para aquele que não espera nada após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições pesam muito mais e nenhuma esperança vem suavizar sua amargura. Eis o que fez Jesus dizer: Vinde a mim, vós todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.
Entretanto, Jesus coloca uma condição à sua assistência e à felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei que Ele ensina; seu jugo é a obediência a essa lei; mas esse jugo é suave e essa lei é leve, uma vez que impõem por dever o amor e a caridade.

O Evangelho Segundo O Espiritismo – Capítulo 6 – Itens 1 E 2.

CRUZ E DISCIPLINA
“E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que
por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz. —(MARCOS, CAPÍTULO
15, VERSÍCULO 21.)
Muitos estudiosos do Cristianismo combatem as recordações da cruz, alegando que as reminiscências do Calvário constituem indébita cultura de sofrimento.
Asseveram negativa a lembrança do Mestre, nas horas da crucificação, entre malfeitores vulgares.
Somos, porém, daqueles que preferem encarar todos os dias do Cristo por gloriosas jornadas e todos os seus minutos por divinas parcelas de seu ministério sagrado, ante as necessidades da alma humana.
Cada hora da presença dele, entre as criaturas, reveste-se de beleza particular e o instante do madeiro afrontoso está repleto de majestade simbólica.
Vários discípulos tecem comentários extensos, em derredor da cruz do Senhor, e costumam examinar com particularidades teóricas os madeiros imaginários que trazem consigo.
Entretanto, somente haverá tomado a cruz de redenção que lhe compete aquele que já alcançou o poder de negar a si mesmo, de modo a seguir nos passos do Divino Mestre.
Muita gente confunde disciplina com iluminação espiritual. Apenas depois de havermos concordado com o jugo suave de Jesus-Cristo, podemos alçar aos ombros a cruz que nos dotará de asas espirituais para a vida eterna.
Contra os argumentos, quase sempre ociosos, dos que ainda não compreenderam a sublimidade da cruz, vejamos o exemplo do Cireneu, nos momentos culminantes do Salvador. A cruz do Cristo foi a mais bela do mundo, no entanto, o homem que o ajuda não o faz por vontade própria, e, sim, atendendo a requisição irresistível. E, ainda hoje, a maioria dos homens aceita as obrigações inerentes ao próprio dever, porque a isso é constrangida.

Livro Pão Nosso – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA e PROVEITO DO SOFRIMENTO


SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA
São Luís - Paris, 1860
29. Àquele que está desgostoso com a vida, mas, não querendo se suicidar, é culpado se procurar a morte no campo de batalha, com o propósito de tornar útil o seu gesto?
Quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre encurtar sua vida e, portanto, há a intenção do suicídio, embora não ocorra de fato. O pensamento de que sua morte servirá para alguma coisa é ilusório. É apenas uma desculpa para disfarçar sua ação e justificá-la aos seus próprios olhos. Se realmente tivesse o desejo de servir a seu país, procuraria viver defendendo-o e não morrendo, pois, uma vez morto, ele não servirá mais para nada. A verdadeira dedicação consiste em não recear a morte quando se trata de ser útil, enfrentar o perigo e oferecer sem temor o sacrifício da vida, se isso for necessário. No entanto, a intenção premeditada de procurar a morte expondo-se a um perigo, mesmo para prestar serviço, anula o mérito da ação.
30. Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um de seus semelhantes, sabendo antecipadamente que ele próprio morrerá. Isto pode ser visto como um suicídio?
A partir do momento em que a intenção de procurar a morte não existe, não há suicídio, mas dedicação e abnegação, embora haja a certeza de morrer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem disse que a Providência não reserva um meio inesperado de salvação no momento mais crítico? Não pode salvar até mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Muitas vezes pode querer levar a prova da resignação até as últimas consequências, quando um acontecimento inesperado afasta o golpe fatal.

PROVEITO DO SOFRIMENTO
São Luís - Paris, 1860
31. Aqueles que aceitam seu sofrimento com resignação, por submissão à vontade de Deus e visando à sua felicidade futura, não trabalham apenas para si mesmos? Podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros?
Esses sofrimentos podem ser proveitosos aos outros, material e moralmente. Materialmente se, pelo trabalho, privações e os sacrifícios a que se impõem, contribuem para o bem-estar material de seu próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão com a sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode induzir os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas consequências desastrosas para o futuro.

O Evangelho Segundo O Espiritismo – Capítulo V – Itens 29 a 31.

sábado, 5 de maio de 2018

É PERMITIDO ABREVIAR A VIDA DE UM DOENTE QUE SOFRE SEM ESPERANÇA DE CURA?


28. Um homem está agonizante, vítima de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado não tem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, apressando o seu fim?
Quem, no entanto, vos daria o direito de prejulgar os planos de Deus? Não pode o Senhor conduzir um homem à margem do abismo para retirá-lo de lá, a fim de fazê-lo voltar-se sobre si mesmo e de conduzi-lo a outros pensamentos? Ainda que se pense que haja chegado o momento final para um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que essa hora tenha chegado. A Ciência nunca se enganou nessas previsões?
Sei muito bem que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperadores. Mas, se não há nenhuma esperança fundada de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também incontáveis exemplos de que, no momento de dar o último suspiro, o doente se reanima e recobra sua lucidez por alguns instantes? Pois bem! Essa hora de graça que lhe é concedida pode ser para ele da maior importância, pois ignorais os pensamentos que seu Espírito pôde fazer nos momentos finais da sua agonia e quantos tormentos pode lhe poupar um minuto, um momento de arrependimento.
O materialista que apenas vê o corpo e não se dá conta da alma não pode compreender estas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Suavizai os últimos sofrimentos tanto quanto vos seja possível fazê-lo; mas guardai-vos de encurtar a vida, que seja apenas por um minuto, pois esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro. (São Luís - Paris, 1860)
O Evangelho Segundo O Espiritismo – Capítulo V – Item 28.

A CURA PRÓPRIA
"Pregando o Evangelho do Reino e
curando todas as enfermidades"
MATEUS, 9:35.

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez; entretanto retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.
Medica a arritmia e a dispnéia; contudo não entregues o coração á impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento; no entanto cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue; todavia não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite; entretanto livra o fígado dos excessos em que te comprazes, Remove os perigos da uremia; contudo não sufoques os rins com venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam; todavia aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.
Consagra-te á própria cura, mas não esqueças a pregação do reino divino aos teus órgãos. Eles são vivos e educáveis.
Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.

Livro Segue-me – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.