sábado, 9 de março de 2019

A VINGANÇA


9. A vingança é um dos últimos vestígios dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens. Ela é, juntamente com o duelo, um dos últimos vestígios desses costumes selvagens que faziam a Humanidade sofrer no início da era cristã. Por isso a vingança é um sinal da inferioridade dos homens que se deixam levar por ela e dos Espíritos que também podem sugeri-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento nunca deve fazer vibrar o coração daquele que se diga e proclame espírita. Vingar-se é, bem o sabeis, totalmente contrário ao ensinamento do Cristo: Perdoai aos vossos inimigos, e aquele que se recusa a perdoar não é espírita, como também não é cristão. A vingança é um sentimento tão nocivo quanto a falsidade e a baixeza, que são suas companheiras constantes. De fato, todo aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga a céu aberto. Se ele é o mais forte, ataca ferozmente aquele a quem chama de inimigo, bastando para isso a simples presença do desafeto para que nele se inflamem a cólera, a paixão e o ódio. Porém, na maioria das vezes, ele toma uma aparência fingida, disfarçando no fundo de seu coração os maus sentimentos que o animam. Segue caminhos tortuosos, espreita na sombra o inimigo e, sem que ele sequer desconfie, espera o momento mais favorável para, sem correr nenhum risco e sem receio, executar a sua vingança. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe armadilhas odiosas e, na ocasião propícia, derrama-lhe no copo o veneno mortal. Quando seu ódio não vai até a esses extremos, então ataca sua honra e suas afeições. Não recua diante da calúnia e das falsas insinuações que, habilmente semeadas aos quatro ventos, vão aumentando pelo caminho. Desta forma, quando o perseguido se apresenta nos lugares onde aquele sopro envenenado passou, se admira de encontrar rostos frios, onde encontrava antigamente rostos amigos e benevolentes. Fica surpreso quando as mãos, que procuravam a sua, agora se recusam a apertá-la; enfim, fica arrasado quando seus amigos mais caros e mais próximos se desviam e fogem dele. O covarde que se vinga desta maneira é cem vezes mais culpado do que aquele que vai direto a seu inimigo e o insulta de cara limpa.
Parem, portanto, com estes costumes selvagens! Parem com estes costumes de outros tempos! Todo espírita que hoje pretender ainda ter o direito de se vingar será indigno de figurar por mais tempo entre aqueles que tomaram por lema: Fora da caridade não há salvação! Recuso-me a aceitar a simples ideia que um membro da grande família espírita possa ceder ao impulso da vingança ao invés de perdoar. (Jules Olivier - Paris, 1862)

INTRIGAS E ACUSAÇÕES

Quanto possível, abstém-te de assuntos infelizes.
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Muitas vezes, quem te fala contra os outros pode trazer a imaginação doente ou superexcitada.
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Quando alguém, porventura, se te faça veículo de alguma intriga, tanto é digna de compaixão a pessoa que te trouxe essa bomba verbal, quanto a outra que a teria criado.
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Uma frase imperfeitamente ouvida será sempre uma frase mal interpretada.
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A criatura que se precipita em julgamentos errôneos, a teu respeito, talvez seja vítima de lastimável engano.
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Muitas pessoas de hábitos cristalizados em comentários descaridosos em torno da vida alheia, estão a caminho de tratamentos médicos, dos mais graves.
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Se trazes a consciência tranquila, as opiniões negativas efetivamente não te alcançam.
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Diante de críticas recebidas, observa até que ponto são verídicas e aceitáveis, para que venhamos a retificar em nós aquilo que nos desagrada nos outros.
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Conhecendo algum desequilíbrio em andamento, auxilia em silêncio naquilo em que possas cooperar sem alarde, sem referir a ninguém, quanto ao esforço de reajuste que sejas capaz de desenvolver.
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Compadece-te dos acusadores e ora, em favor deles, rogando a Deus para que sejam favorecidos com a bênção de paz que desejamos para nós.
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Livro Calma – Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

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