domingo, 14 de fevereiro de 2021

MUNDOS REGENERADORES

 Santo Agostinho - Paris, 1862

16. Entre as estrelas que cintilam nos céus azulados, quantos mundos há, como o vosso, destinados pelo Senhor para a expiação e provas! Mas há também entre eles mundos mais infelizes e mais felizes, bem como há mundos de transição, que podemos chamar de regeneradores. Cada sistema planetário, girando no espaço ao redor de um centro comum, tem à sua volta mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já vos falaram dos mundos onde a alma recém-nascida é colocada, ainda ignorante do bem e do mal, para que possa caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse de seu livre-arbítrio*. Como sabeis, as grandes capacidades que a alma possui lhes foram dadas para fazer o bem. Mas, infelizmente, há as que fracassam! E Deus, dando-lhes novas oportunidades, permite que nesses mundos, de encarnação em encarnação, se depurem, se regenerem e se tornem dignas da glória que lhes está reservada.

17. Os mundos regeneradores são intermediários entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma que se arrepende encontra neles a calma e o descanso, acabando por se depurar. Nesses mundos, o homem ainda está submetido às leis que regem a matéria, sente as mesmas sensações e os mesmos desejos como vós, mas está livre das paixões desordenadas das quais sois escravos. Neles, não há mais o orgulho que silencia o coração, a inveja que tortura e o ódio que sufoca. A palavra amor está inscrita em todas as frontes. Um perfeito equilíbrio regula as relações sociais; todos reconhecem Deus e tentam ir até Ele, cumprindo-lhe as leis. Nesses mundos, a felicidade perfeita ainda não existe, mas o começo da felicidade. O homem ainda é carne, e por essa razão está sujeito aos sofrimentos da vida, dos quais apenas os seres completamente desmaterializados estão livres. Ainda há provas a suportar, mas já não são as angústias dolorosas da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são muito felizes e muitos de vós ficariam satisfeitos de habitá-los, pois são a calma após a tempestade, a convalescença após uma doença cruel. O homem, menos preocupado com as coisas materiais, tem melhor noção do futuro; compreende que há outras alegrias que o Senhor promete aos que se tornam dignos, quando a morte levar seus corpos para lhes dar a verdadeira vida. Então, livre, a alma planará sobre todos os horizontes. Não mais os sentidos materiais e grosseiros, mas os sentidos de um perispírito puro e celeste, envolvido como um perfume em vibrações de amor e de caridade vindas de Deus.

18. Mas, nesses mundos, o homem ainda pode fracassar porque lá o Espírito do mal não perdeu ainda completamente seu domínio. Não avançar é recuar, e se o homem não está firme no caminho do bem pode cair novamente nos mundos de expiação, onde o aguardam novas e mais terríveis provas.

Contemplai, pois, à noite, na hora do repouso e da prece, os Céus azulados e, nesses mundos incontáveis que brilham sobre vossas cabeças, procurai os que levam a Deus e pedi-Lhe que um mundo regenerador vos seja destinado, após a expiação na Terra.

SIGAMOS COM CRISTO

Cada dia, na Terra, milhares de criaturas demandam o País da morte e milhares retornam ao Mundo físico.

Berço e túmulo são apenas dois marcos da vida que, maravilhosa e eterna, enxameia por toda parte.

Sabemos, porém, que o século é, tão-somente, um ponto infinitesimal no tempo e que as horas apresadas de um corpo denso, que surge e desaparece, não podem oferecer ao espírito peregrino da eternidade a solução final do destino.

É por isso que pelos bilhões de almas que evoluem na crosta terrestre, outros muitos bilhões de consciências desencarnadas gravitam ao redor do Planeta, à caça de reajuste e progresso, amparo e renovação.

Por esse motivo morrer não será o redimir.

Somos na humanidade total, milhões e milhões de seres, viajando do instinto para a inteligência, da inteligência para a razão e da razão para a angelitude.

Cada coração pulsa no degrau que lhe é próprio.

Cada consciência mantém-se no campo visual que lhe diz respeito.

Eis porque, não podemos perder na atualidade, o Cristianismo restaurado.

A ciência e a filosofia, respeitáveis embora em suas atividades e fundamentos, filiam-se a definições provisórias que lhes assinalam a marcha.

Apenas indagando e examinando, jamais chegaríamos a surpreender a vida e a sublimá-la.

Em razão disso, antes de tudo, atendamos à quimica do sentimento, em favor da regeneração de nós mesmos.

Nosso problema essencial, ainda e sempre, é o da unidade a benefício do todo.

Conduzamos o homem ao bem supremo, com a dignificação de si próprio, no respeito à função que lhe cabe no aperfeiçoamento da Terra, e teremos solucionado a questão da felicidade humana.

Para isso, ergamo-nos ao Cristo para que o Cristo nos edifique.

O Evangelho à frente da civilização, é o sol que nos clareia o caminho.

Aqueçamo-nos em seus raios e o serviço do Bem se nos fará grande condutor para o mundo de amanhã. 

Livro Monte Acima – Espírito Emmanuel – Médium Francisco Cândido Xavier.

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