quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ALIANÇA DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO



8. A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material e a outra, as leis do mundo moral. Ambas as leis, tendo no entanto o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se, visto que, se uma contrariar a outra, uma terá necessariamente razão enquanto a outra não a terá, já que Deus não destruiria sua própria obra. A falta de harmonia e coerência que se acreditou existir entre essas duas ordens de ideias baseia-se num erro de observação e nos princípios exclusivistas de uma e de outra parte. Daí resultou uma luta e uma colisão de ideias que deram origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber seu complemento; em que o véu propositadamente deixado sobre algumas partes desses ensinamentos deve ser erguido. A Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; a Religião deve reconhecer as leis orgânicas e imutáveis da matéria. Então, essas duas forças, juntas, apoiando-se uma na outra, se ajudarão mutuamente. A Religião, não sendo mais desmentida pela Ciência, adquirirá um poder inabalável, estará de acordo com a razão, já não podendo mais se opor à irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam se entender até os dias atuais, pois cada uma examinando as coisas do seu ponto de vista exclusivo repeliam-se mutuamente. Seria preciso alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e da sua afinidade e harmonia com o mundo corporal, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Estas afinidades, uma vez constatadas pela experiência, fazem surgir uma nova luz: a fé se dirigiu à razão, a razão não encontrou nada de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam para trás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir ao invés de o acompanhar. É toda uma revolução moral que se opera neste momento e que trabalha e aperfeiçoa os espíritos. Após ser elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega à sua plena realização e vai marcar uma nova era da Humanidade. As consequências dessa revolução são fáceis de se prever: deve trazer para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém poderá se opor, porque estão na vontade de Deus e resultam da lei do progresso, que é sua Lei.

A CIÊNCIA E A RELIGIÃO

Infelizmente, se a Ciência e a Religião constituem as forças matrizes de esclarecimento das almas, vemos uma empoleirada na negação absoluta e a outra nas afirmações arriscadas e absurdas. A Ciência criou a academia, e a religião sectarista criou a sacristia; uma e outra, abarrotadas de dogmas e preconceitos, repelindo-se como pólos contrários, dentro dos seus conflitos têm somente realizado separação em vez de união, guerra em vez de paz, descrença em vez de fé, arruinando as almas e afastando-as da luz da verdadeira espiritualidade.
Entre a força de um preconceito e o atrevimento de um dogma, o espírito se perturba, e, no círculo dessas vibrações antagônicas, acha-se sem bússola no mundo das coisas subjetivas, concentrando, naturalmente, na esfera das coisas físicas, todas as suas preocupações.

Livro Emmanuel – Chico Xavier – Pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 22 de agosto de 2017

As três revelações - O Espiritismo



5. O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo físico. O Espiritismo nos revela
esse mundo espiritual, não mais como algo sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza, como a fonte de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então e, por esta razão, encarados como coisas do fantástico e do maravilhoso. É a esses aspectos que o Cristo se referiu em muitas circunstâncias, e é por isso que muitos dos seus ensinamentos permaneceram incompreendidos ou foram interpretados erroneamente. O Espiritismo é a chave com a ajuda da qual tudo se explica com facilidade.
6. A Lei do Antigo Testamento, a primeira revelação, está personificada em Moisés; a segunda é a do Novo Testamento, do Cristo; o Espiritismo é a terceira revelação da Lei de Deus. O Espiritismo não foi personificado em nenhum indivíduo, pois ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, servindo-se para isso de uma multidão incontável de médiuns. É, de algum modo, um ser coletivo, abrangendo o conjunto de seres do mundo espiritual, vindo, cada um, trazer aos homens a contribuição de suas luzes para fazê-los conhecer aquele mundo e a sorte que nele os espera.
7. Da mesma forma que o Cristo disse: Não vim destruir a lei, mas cumpri-la, o Espiritismo igualmente diz: Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução. Ele não ensina nada em contrário ao que o Cristo ensinou, mas desenvolve completa e explica, em termos claros para todos, o que só foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, no tempo anunciado, o que o Cristo prometeu e preparar a realização das coisas futuras. É, portanto, obra do Cristo, que o preside e que igualmente preside ao que anunciou: a regeneração que se opera e prepara o Reino de Deus na Terra.

OS ESCLARECIMENTOS DO ESPIRITISMO

Foi assim que a religião da verdade surgiu na Terra, no momento oportuno. As Igrejas estagnadas encontravam-se no obsoletismo, incapazes de sancionar as ideias novas, vivendo quase que exclusivamente das suas características de materialidade e do seu simbolismo, terminado o tempo de sua necessária influência no mundo. As conquistas científicas não se coadunavam n com o espírito dogmático, e o Espiritismo, com as suas lições magníficas, alargou infinitamente a perspectiva da vida universal. Explicando e provando que a existência não se observa somente na face da Terra opaca e cheia de dores.
Há céus inumeráveis e inumeráveis mundos onde a vida palpita numa eterna mocidade; todos eles se encadeiam, se abraçam dentro do magnetismo universal, vivificados pela luz, imagem real da alma Divina, presente em toda parte.
A carne é uma vestimenta temporária, organizada segundo a vibração espiritual, e essa mesma vibração esclarece todos os enigmas da matéria.

Livro Emmanuel – Chico Xavier – Pelo Espírito Emmanuel

As três revelações - Jesus Cristo



3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus. Ele veio cumpri-la, ou seja, desenvolvê-la, dar-lhe seu sentido verdadeiro e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens. É por isso que encontramos nessa lei os princípios dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constituem a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, Jesus, ao contrário, modificou-as profundamente, tanto no conteúdo quanto na forma. Combateu constantemente os abusos das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não lhes podia ter dado uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, e acrescentando: Está aí toda a lei e os profetas.
Por estas palavras, O Céu e a Terra não passarão antes que tudo seja cumprido até o último jota, Jesus quis dizer que era preciso que a lei de Deus fosse cumprida, ou seja, fosse praticada na Terra, em toda sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos e todas as suas consequências; pois de que serviria estabelecer essa lei, se fosse para o privilégio de alguns homens, ou mesmo de um único povo? Sendo todos os homens filhos de Deus, são todos, sem distinção, objeto da mesma dedicação.
4. Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, apenas com a autoridade de sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que tinham anunciado sua vinda. Sua autoridade vinha da natureza excepcional de seu Espírito e de sua missão divina. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no reino dos Céus; ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus e de preveni-los sobre a marcha das coisas que hão de vir, para o cumprimento dos destinos humanos. Entretanto, Jesus não podia dizer tudo e, em relação a muitos pontos, conforme Ele mesmo disse, limitou-se a lançar os germens das verdades que não podiam ainda ser compreendidas. Ao falar de tudo, o fez em termos às vezes mais, às vezes menos claros. Para compreender o sentido oculto dessas palavras, seria preciso que novas ideias e novos conhecimentos viessem nos dar a chave, e essas ideias não poderiam vir antes que o Espírito humano adquirisse um certo grau de maturidade. A Ciência deveria contribuir decididamente para que essas ideias viessem à luz e se desenvolvessem. Seria, portanto, preciso dar à Ciência o tempo de progredir.

JESUS
Com o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o Enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia.
Aos corações abre-se nova torrente de esperanças e a Humanidade, na Manjedoura, no Tabor e no Calvário, sente as manifestações da vida celeste, sublime em sua gloriosa espiritualidade.
Com o tesouro dos seus exemplos e das suas palavras, deixa o Mestre entre os homens a sua Boa Nova. O Evangelho do Cristo é o transunto de todas as filosofias que procuram aprimorar o espírito, norteando-lhe a vida e as aspirações.
Jesus foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade infinita.

Livro Emmanuel – Chico Xavier – Pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 8 de agosto de 2017

PALESTRA DE ABERTURA DO ESDE

Em 19 de junho deste ano, 2017, nossa casa teve a felicidade de realizar o encontro/palestra de abertura da nova turma do ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita). Foi uma noite de muita felicidade para todos que fazem parte do CEPAJ, pois nosso auditório ficou lotado, com a participação dos colaboradores e convidados. Contamos com a colaboração muito especial do confrade Nilton Sousa, do Lar de Clara/Casa de Francisco, que nos prestigiou proferindo a palestra com o tema: "O Desafio da Mediunidade nas Casas Espíritas".
Destacamos alguns trechos de sua estimada contribuição, que segue: 
"A melhor definição da doutrina espírita é de que ela é uma revelação das leis da natureza. E agora?! Quais são os fundamentos da doutrina espírita?! Eu acabei de dar a dica, as leis da natureza! Da natureza material e espiritual, porque o espiritismo não nega a ciência, mesmo as acadêmicas." 
Continua: "O objetivo da Doutrina Espírita é o adiantamento da humanidade, então a função da mediunidade numa casa espírita, a função da mediúnica, deve ser estudo, esclarecimento. Estudo de caso, vamos desmembrar; esclarecimento de todos, não somente dos espíritos."
E encerra: "As mediúnicas que seguem Allan Kardec são mais produtivas, geram mais aprendizado, geram mais consciência espírita."
O ESDE será dirigido pelos nossos colaboradores Lila Xavier e Júlio Verne. 
Nossa colaboradora Lila Xavier assim definiu este encontro de abertura
"Que maravilha foi ver nossa casa em festa. Festa de esperança, de solidariedade, de irmandade, de desejo de proporcionar e estimular o estudo e a vivência do Espiritismo, de forma contínua, por meio do Estudo Sistematizado das obras codificadas por Kardec e do Evangelho de Jesus. A palestra de abertura proferida pelo confrade Nilton Sousa nos induziu a refletir sobre os fundamentos do espiritismo e sobre os desafios da mediunidade nas casas espíritas. Ficamos embevecidos e estimulados a estudar de forma mais aprofundada a doutrina em seu tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião. por intermédio do ESDE, estimulados nas pessoas o desenvolvimento de uma consciência ética através do conhecimento e da vivência do Evangelho." (texto extraído da pagina do facebook do CEPAJ: @CEPAJFORTAL).

Segue abaixo fotos do evento:






AS TRÊS REVELAÇOES - MOISÉS




1. “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas, não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento. Eu vos digo em verdade que o Céu e a Terra não passarão antes que tudo o que está na lei seja cumprido completamente, até o último jota e o último ponto.” (Mateus, 5:17 e 18)

2 A lei de Moisés é composta por duas partes distintas: a lei de Deus, recebida no Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida pelo próprio Moisés. A lei de Deus é inalterável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos seguintes dez mandamentos:
1. Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses estrangeiros diante de mim. Não farás imagem talhada, nem figura nenhuma de tudo o que está no Céu e na Terra, nem de tudo o que está nas águas e debaixo da terra. Não os adorarás, nem lhes renderás cultos soberanos.
2. Não tomarás em vão o nome do Senhor, teu Deus.
3. Lembra-te de santificar o dia de sábado.
4. Honra a teu pai e à tua mãe, a fim de viveres muito tempo na Terra que o Senhor teu Deus te dará.
5. Não matarás.
6. Não cometerás adultério.
7. Não roubarás.
8. Não prestarás falso testemunho contra o teu próximo.
9. Não desejarás a mulher de teu próximo.
10. Não desejarás a casa de teu próximo, nem seu servo, ou serva, nem seu boi, seu asno, ou qualquer outra coisa que lhe pertença.
Esta é a lei de todos os tempos e de todos os países e que, por isso mesmo, tem um caráter divino. Todas as outras são leis estabelecidas por Moisés, que se via obrigado a conter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater os abusos e os preconceitos enraizados adquiridos durante a época da escravidão no Egito. Para dar autoridade às suas leis, ele atribuiu-lhes origem divina, assim como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos: a autoridade do homem precisava se apoiar sobre a autoridade de Deus.
Mas apenas a ideia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, nos quais o sentido moral e o sentimento de uma delicada justiça ainda estavam pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que tinha incluído entre os seus mandamentos: Não matarás; não farás mal a teu próximo, não poderia se contradizer fazendo do extermínio um dever.
As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório.

A LEI MOSAICA

A lei mosaica foi a precursora direta do Evangelho de Jesus. O protegido de Termutis, depois de se beneficiar com a cultura que o Egito lhe podia prodigalizar, foi inspirado a reunir todos os elementos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a inspiração divina, cujas determinações são até hoje a edificação basilar da Religião da Justiça e do Direito, se bem que as doutrinas antigas já tivessem arraigado a crença de Deus único, sendo o politeísmo apenas uma questão simbológica, apta a satisfazer à mentalidade geral.
A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis com a época, mas, escoimada de todos os comentários fabulosos a seu respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem extraordinário, revestido dos mais elevados poderes espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis às massas populares os ensinamentos somente conseguidos à custa de longa e penosa iniciação, com a síntese luminosa de grandes verdades.

(Termutis foi filha de Ramsés II. Segundo a tradição, ela a filha do faraó que, de acordo com a Bíblia, encontrou Moisés, profeta israelita, que fora colocado num cesto no rio Nilo por sua mãe, Joquebede.)

Livro Emmanuel – Chico Xavier – Pelo Espírito Emmanuel