quarta-feira, 2 de agosto de 2017

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS CENTROS ESPÍRITAS E NO MOVIMENTO ESPÍRITA



No ultimo dia 30.07.2017, o CEPAJ sediou o 5º encontro da UDE 4 (União Distrital Espírita), onde tratamos o tema Relações Interpessoais nos Centros Espíritas.
Abaixo segue na íntegra todo conteúdo das projeções apresentadas:
Com base no Manual de Comunicação Espírita, divulgado pelo Conselho Federativo Nacional, da FEB em 2011: 
“A Comunicação Social tem por finalidade propiciar condições para o diálogo fraterno entre aquele que emite a mensagem (emissor) e o interlocutor (receptor), tornar comuns as notícias e dados de interesse do movimento espírita às pessoas, às instituições e ao público de modo geral; e, paralelamente, facilitar, pela interação, o conhecimento doutrinário espírita a esses mesmos públicos, de tal forma que a mensagem esclarecedora e consoladora do Espiritismo esteja ao alcance e a serviço de todos no campo moral e espiritual.” (Pag. 19)
“A comunicação social espírita deve sempre refletir uma postura dialógica e expositiva e nunca impositiva, respeitando-se tanto o princípio de liberdade que a Doutrina Espírita preconiza como também o público a que se destina que tem faixas de interesse e motivação que não podem ser violentadas.” (Pag. 22)
O que é Comunicação?
A palavra Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar, entrar em relação com.
Comunicar é, então, trocar ideias, sentimentos e experiências entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz.
 
A comunicação desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à própria natureza da existência humana.
A comunicação se apresenta de maneiras diferentes e comporta alguns elementos , a saber:
Emissor: é aquele que emite, envia, transmite a mensagem;
Receptor: é o indivíduo que recebe a mensagem;
Mensagem: é o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: ideias, sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor);
Código: é o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor;
Canal: é o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor. O canal mais comum é o ar, mas existem outros: a carta, o livro, o rádio, a TV, a Internet, etc;
Contexto: é o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação;
Feedback: ou informação de retorno: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para corrigir deficiências ou equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia;
Ruído: outro elemento fundamental que entra no processo de comunicação, designado ruído. Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação. Os ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer altura do processo e se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em comunicação, um ruído é tanto um barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia ou sentimento que esteja perturbando a eficácia do processo de comunicação.
E o que tudo isso tem haver com as Relações Interpessoais?
Relacionamento interpessoal é um conceito da psicologia e da sociologia para definir o relacionamento entre as pessoas e como o indivíduo lida com os outros em diferentes ambientes e situações, como no trabalho, na escola, em casa, na comunidade, no Centro Espírita.
As Relações Interpessoais, no Centro Espírita ou em qualquer âmbito da sociedade, estão subordinadas ao campo da “comunicação”. Evidentemente que para se estabelecer um bom relacionamento, com pessoas ou grupo social a que se pertence, é necessário adaptar-se às regras estabelecidas, para obter uma boa convivência e os resultados esperados desta convivência. E é através de uma comunicação aberta, simples e objetiva que se consegue melhorar as relações.
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL SEGUNDO TORQUATO:
      Estabelecer a reputação da instituição junto aos públicos interno e externo;
      Influenciar atitudes e preferências;
      Gerar consentimento;
      Modificar e adaptar o comportamento das pessoas às normas traçadas;
      Racionalizar e melhorar o fluxo de comunicação interna e o clima organizacional;
      Integrar os colaboradores para que sejam comprometidos com os objetivos da organização. 
E a Doutrina Espírita o que diz sobre as relações interpessoais:
Segundo Allan Kardec- Revista Espírita, dezembro de 1868:
“Que os espíritas sejam, pois os primeiros a aproveitar os benefícios que o Espiritismo traz, e que inaugurem “entre si” o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras”;
Não basta dizer-se espírita. Aquele que o é de coração prova-o com seus atos. Não pregando (...) senão o bem, o respeito às leis, a caridade, a “tolerância” e a benevolência para com todos.”
Allan Kardec – Revista Espírita de janeiro de 1867. 
Na Casa Espírita conviver é viver com irmãos que comungam do ideal espírita. É desenvolver conjuntamente, atividades que visem à felicidade da criatura humana e seu reencontro com nosso Pai Celestial. 
O GRUPO DE TRABALHO NO CENTRO ESPÍRITA:
Grupo de pessoas que, desejosas de servir a causa do Cristo, organizam-se para cumprir seu intento à luz dos princípios e ensinamentos do Espiritismo.
A eficiência do grupo estará estreitamente relacionada não somente com a competência dos seus membros, mas, sobretudo com a solidariedade e a fraternidade nas suas relações interpessoais.
Nesse sentido sugere-se:
a) Respeitar o próximo como ser humano em processo evolutivo;
b) Evitar interromper quem está falando; esperar a sua vez;
c) Controlar a agressividade, evitando indelicadezas e ironias;
d) Procurar aproximar-se, fraternalmente, dos demais membros do grupo com vista a melhor conhecê-los e bem compreender seus traços de personalidade;
e) Cumprir a organização hierárquica estabelecida pelo grupo;
f) Não assumir a responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido deste ou em casos de emergência;
g) Procurar as causas de suas antipatias, a fim de vencê-las;
h) Apresentar uma disposição de espírito agradável no convívio com as pessoas;
i) Procurar definir bem os sentidos das palavras, principalmente nas discussões em grupo, para evitar mal entendido;
j) Ser modesto nas discussões, pensar que talvez o outro tenha razão, e, se não, procurar compreender a sua razão.
      Extraído do Artigo da FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos da casa espírita;
Conselhos e sugestões para melhorar a relação interpessoal:
a) Não humilhar as pessoas ou provocar momentos de vergonha;
b) Não ser injusto ou descortês;
c) Não se deixar levar pelo desequilíbrio emocional, pela impaciência ou pelo egoísmo, dentro e fora do grupo;
d) Respeitar o próximo acolhendo-o com cordialidade e atenção;
e) Não usar palavras ou expressões impróprias como recurso de comunicação;
f) Não desanimar os companheiros, tolhendo-lhes, de pronto, as ideias, solicitações ou iniciativas. Recorra ao diálogo e analise com eles suas contribuições;
g) Interessar-se mais pelos companheiros, percebendo as reações alegres ou tristes, objetivando partilhar com eles, esses momentos, respeitando sua intimidade e privacidade;
h) Saber escutar, falar ponderadamente e ser paciente;
i) Aceitar as pessoas como elas são.
      Extraído do Artigo da FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos da casa espírita;
A relação interpessoal e a liderança na casa espírita:
 
Entendemos que além das normas estabelecidas pelas instituições, o “Dirigente Espírita” deve abdicar do perfil de chefe  ou dono do centro espírita para assumir o papel de “Líder”.
Liderança é a capacidade que algumas pessoas têm de influenciar o grupo com o qual trabalham e juntos buscar os objetivos do setor, da equipe/grupo/time. “Livro Psicologia das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz.”
O “Líder” nato é a pessoa que apresenta características pessoais, profissionais, técnicas, culturais em consonância com a equipe e com a instituição. Podem-se apontar habilidades como empatia, saber ouvir, flexibilidade, paciência, persuasão, etc. “Livro Psicologia das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz.”
E nesta premissa, devemos considerar o perfil adotado por Jesus, que sempre agia com naturalidade, humildade, indulgência, mas acima de tudo como orientador e exemplo de bondade e amor.
Conta-nos Augusto Cury, no Livro O Mestre dos Mestres:
Cristo realizava ações admiráveis e em seguida se escondia nas ações singelas. Discursava sobre um poder sem precedentes, mas ao mesmo tempo transitava pelas avenidas da humildade. Proferia pensamentos que tinham grandes implicações existenciais, porém não obrigava ninguém a segui-los, apenas os expunha com elegância e convidava as pessoas a refletir sobre eles. Proclamava possuir uma vida infinita, mas, ao mesmo tempo, tinha imenso prazer em ter amigos finitos.
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu pai.” (João 15:15)
E mesmo que melhorar as relações interpessoais ou ser um verdadeiro líder pareça ser algo difícil de realizar, o exemplo de JESUS deve sempre ecoar no nosso coração. E para encerrar trazemos a questão seguinte do Livro O Consolador, de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel , que exprime claramente sua conduta:
O sacrifício de Jesus deve ser apreciado tão somente pela dolorosa expressão do calvário?
R – O Calvário representou o coroamento da obra do Senhor, mas o sacrifício na sua “exemplificação” se verificou em todos os dias da sua passagem pelo planeta. E o cristão deve buscar, antes de tudo, o modelo nos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou com amor e humildade o segredo da felicidade espiritual, sendo imprescindível que todos os discípulos edifiquem no íntimo essas virtudes, com as quais saberão remontar ao calvário de suas dores, no momento oportuno.

BIBLIOGRAFIAS:
      Artigo Acadêmico -  COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SEUS PROCESSOS - Glauce Corcioli e Silva ;
      Artigo da FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos da casa espírita;
      Manual de Comunicação Espírita, divulgado pelo Conselho Federativo Nacional, da FEB em 2011;
      Psicologia das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz;
      O Mestre dos Mestres  - Augusto Cury;
      O Consolador pelo Espírito Emmanuel – Chico Xavier;
      TORQUATO, Gaudêncio. Da gênese do jornalismo empresarial e das relações públicas à comunicação organizacional no Brasil . In: KUNSCH, Margarida M. Krohling. (ORG). Comunicação Organizacional: histórico, fundamentos e processos. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2009.
Fotos do Evento:












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