No ultimo dia 30.07.2017, o CEPAJ sediou o 5º
encontro da UDE 4 (União Distrital Espírita), onde tratamos o tema Relações
Interpessoais nos Centros Espíritas.
Abaixo segue na íntegra todo conteúdo das projeções
apresentadas:
Com base no Manual de
Comunicação Espírita, divulgado pelo Conselho Federativo Nacional, da FEB em
2011:
“A Comunicação Social
tem por finalidade propiciar condições para o diálogo fraterno entre aquele que
emite a mensagem (emissor) e o interlocutor (receptor), tornar comuns as notícias
e dados de interesse do movimento espírita às pessoas, às instituições e ao
público de modo geral; e, paralelamente, facilitar, pela interação, o
conhecimento doutrinário espírita a esses mesmos públicos, de tal forma que a
mensagem esclarecedora e consoladora do Espiritismo esteja ao alcance e a
serviço de todos no campo moral e espiritual.” (Pag. 19)
“A comunicação social
espírita deve sempre refletir uma postura dialógica e expositiva e nunca
impositiva, respeitando-se tanto o princípio de liberdade que a Doutrina
Espírita preconiza como também o público a que se destina que tem faixas de
interesse e motivação que não podem ser violentadas.” (Pag. 22)
O que é Comunicação?
A palavra Comunicar
vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar,
entrar em relação com.
Comunicar é, então,
trocar ideias, sentimentos e experiências entre pessoas que conhecem o
significado daquilo que se diz e do que se faz.
A comunicação
desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à própria natureza da
existência humana.
A comunicação se
apresenta de maneiras diferentes e comporta alguns elementos , a saber:
Emissor: é
aquele que emite, envia, transmite a mensagem;
Receptor: é
o indivíduo que recebe a mensagem;
Mensagem: é
o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: ideias,
sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor);
Código: é
o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em
informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor;
Canal: é
o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor.
O canal mais comum é o ar, mas existem outros: a carta, o livro, o rádio, a TV,
a Internet, etc;
Contexto: é
o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação;
Feedback: ou informação
de retorno: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e de que forma a
mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para corrigir deficiências ou
equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia;
Ruído: outro
elemento fundamental que entra no processo de comunicação, designado ruído.
Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação. Os
ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer altura do processo
e se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em comunicação, um ruído é
tanto um barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia ou sentimento que
esteja perturbando a eficácia do processo de comunicação.
E o que tudo isso tem
haver com as Relações Interpessoais?
Relacionamento
interpessoal é um conceito da psicologia e da
sociologia para definir o relacionamento entre as pessoas e como o indivíduo
lida com os outros em diferentes ambientes e situações, como no trabalho, na
escola, em casa, na comunidade, no Centro Espírita.
As Relações
Interpessoais, no Centro Espírita ou em qualquer
âmbito da sociedade, estão subordinadas ao campo da “comunicação”.
Evidentemente que para se estabelecer um bom relacionamento, com pessoas ou
grupo social a que se pertence, é necessário adaptar-se às regras
estabelecidas, para obter uma boa convivência e os resultados esperados desta
convivência. E é através de uma comunicação aberta, simples e objetiva que se
consegue melhorar as relações.
AS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS E A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL SEGUNDO TORQUATO:
• Estabelecer
a reputação da instituição junto aos públicos interno e externo;
• Influenciar
atitudes e preferências;
• Gerar
consentimento;
• Modificar
e adaptar o comportamento das pessoas às normas traçadas;
• Racionalizar
e melhorar o fluxo de comunicação interna e o clima organizacional;
• Integrar
os colaboradores para que sejam comprometidos com os objetivos da organização.
E a Doutrina Espírita
o que diz sobre as relações interpessoais:
Segundo Allan Kardec-
Revista Espírita, dezembro de 1868:
“Que os espíritas sejam,
pois os primeiros a aproveitar os benefícios que o Espiritismo traz, e que inaugurem
“entre si” o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações
futuras”;
“Não
basta dizer-se espírita. Aquele que o é de coração prova-o com seus atos. Não
pregando (...) senão o bem, o respeito às leis, a caridade, a “tolerância”
e a benevolência para com todos.”
Allan Kardec –
Revista Espírita de janeiro de 1867.
Na Casa Espírita
conviver é viver com irmãos que comungam do ideal espírita. É desenvolver
conjuntamente, atividades que visem à felicidade da criatura humana e seu
reencontro com nosso Pai Celestial.
O GRUPO DE TRABALHO
NO CENTRO ESPÍRITA:
Grupo de pessoas que,
desejosas de servir a causa do Cristo, organizam-se para cumprir seu intento à
luz dos princípios e ensinamentos do Espiritismo.
A eficiência do grupo
estará estreitamente relacionada não somente com a competência dos seus
membros, mas, sobretudo com a solidariedade e a fraternidade nas suas relações
interpessoais.
Nesse sentido
sugere-se:
a) Respeitar o
próximo como ser humano em processo evolutivo;
b) Evitar interromper
quem está falando; esperar a sua vez;
c) Controlar a
agressividade, evitando indelicadezas e ironias;
d) Procurar
aproximar-se, fraternalmente, dos demais membros do grupo com vista a melhor
conhecê-los e bem compreender seus traços de personalidade;
e) Cumprir a
organização hierárquica estabelecida pelo grupo;
f) Não assumir a
responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido deste ou em casos de
emergência;
g) Procurar as causas
de suas antipatias, a fim de vencê-las;
h) Apresentar uma
disposição de espírito agradável no convívio com as pessoas;
i) Procurar definir
bem os sentidos das palavras, principalmente nas discussões em grupo, para
evitar mal entendido;
j) Ser modesto nas
discussões, pensar que talvez o outro tenha razão, e, se não, procurar
compreender a sua razão.
• Extraído do Artigo da
FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos da
casa espírita;
Conselhos e sugestões
para melhorar a relação interpessoal:
a) Não humilhar as
pessoas ou provocar momentos de vergonha;
b) Não ser injusto ou
descortês;
c) Não se deixar
levar pelo desequilíbrio emocional, pela impaciência ou pelo egoísmo, dentro e
fora do grupo;
d) Respeitar o
próximo acolhendo-o com cordialidade e atenção;
e) Não usar palavras
ou expressões impróprias como recurso de comunicação;
f) Não desanimar os
companheiros, tolhendo-lhes, de pronto, as ideias, solicitações ou iniciativas.
Recorra ao diálogo e analise com eles suas contribuições;
g) Interessar-se mais
pelos companheiros, percebendo as reações alegres ou tristes, objetivando
partilhar com eles, esses momentos, respeitando sua intimidade e privacidade;
h) Saber escutar, falar
ponderadamente e ser paciente;
i) Aceitar as pessoas
como elas são.
• Extraído do Artigo da
FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos da
casa espírita;
A relação
interpessoal e a liderança na casa espírita:
Entendemos que além
das normas estabelecidas pelas instituições, o “Dirigente Espírita” deve
abdicar do perfil de chefe ou dono do
centro espírita para assumir o papel de “Líder”.
Liderança é a
capacidade que algumas pessoas têm de influenciar o grupo com o qual trabalham
e juntos buscar os objetivos do setor, da equipe/grupo/time. “Livro Psicologia
das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz.”
O “Líder” nato
é a pessoa que apresenta características pessoais, profissionais, técnicas,
culturais em consonância com a equipe e com a instituição. Podem-se apontar
habilidades como empatia, saber ouvir, flexibilidade, paciência, persuasão, etc.
“Livro Psicologia das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz.”
E nesta premissa,
devemos considerar o perfil adotado por Jesus, que sempre agia com
naturalidade, humildade, indulgência, mas acima de tudo como orientador e
exemplo de bondade e amor.
Conta-nos Augusto
Cury, no Livro O Mestre dos Mestres:
Cristo realizava
ações admiráveis e em seguida se escondia nas ações singelas. Discursava sobre
um poder sem precedentes, mas ao mesmo tempo transitava pelas avenidas da
humildade. Proferia pensamentos que tinham grandes implicações existenciais,
porém não obrigava ninguém a segui-los, apenas os expunha com elegância e
convidava as pessoas a refletir sobre eles. Proclamava possuir uma vida
infinita, mas, ao mesmo tempo, tinha imenso prazer em ter amigos finitos.
“Já
não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas
chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu pai.” (João
15:15)
E mesmo que melhorar
as relações interpessoais ou ser um verdadeiro líder pareça ser algo difícil de
realizar, o exemplo de JESUS deve sempre ecoar no nosso coração. E para
encerrar trazemos a questão seguinte do Livro O Consolador, de Chico Xavier, pelo
Espírito Emmanuel , que exprime claramente sua conduta:
O sacrifício de Jesus
deve ser apreciado tão somente pela dolorosa expressão do calvário?
R – O Calvário
representou o coroamento da obra do Senhor, mas o sacrifício na sua “exemplificação”
se verificou em todos os dias da sua passagem pelo planeta. E o cristão deve
buscar, antes de tudo, o modelo nos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou
com amor e humildade o segredo da felicidade espiritual, sendo imprescindível
que todos os discípulos edifiquem no íntimo essas virtudes, com as quais
saberão remontar ao calvário de suas dores, no momento oportuno.
BIBLIOGRAFIAS:
• Artigo
Acadêmico - COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E
SEUS PROCESSOS - Glauce Corcioli e Silva ;
• Artigo
da FEP-Federação Espírita de Pernambuco: A Relação Interpessoal nos trabalhos
da casa espírita;
• Manual
de Comunicação Espírita, divulgado pelo Conselho Federativo Nacional, da FEB em
2011;
• Psicologia
das Relações Humanas – Marta Cristina Wachowicz;
• O
Mestre dos Mestres - Augusto Cury;
• O
Consolador pelo Espírito Emmanuel – Chico Xavier;
• TORQUATO,
Gaudêncio. Da gênese do jornalismo empresarial e das relações públicas à
comunicação organizacional no Brasil . In: KUNSCH, Margarida M. Krohling.
(ORG). Comunicação Organizacional: histórico, fundamentos e processos. Vol. 1.
São Paulo: Saraiva, 2009.
Fotos
do Evento:
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