domingo, 25 de novembro de 2018

A INDULGÊNCIA


16. Espíritas, gostaríamos hoje de vos falar sobre a indulgência, esse sentimento tão doce, tão fraternal que todo homem deveria ter para com seus irmãos, mas que poucos praticam. A indulgência jamais vê os defeitos alheios, ou, se os vê, evita falar deles e divulgá-los. Pelo contrário, ela os esconde, a fim de que não sejam conhecidos e, se a malevolência os descobre, sempre tem uma desculpa pronta para amenizá-los, ou seja, uma desculpa aceitável, séria, e não daquelas que, parecendo atenuar a falta, a destacam de um modo maldoso.
A indulgência nunca se interessa pelos maus atos dos outros, a menos que isso seja para prestar um serviço, exemplificando, e ainda tem o cuidado de atenuá-los tanto quanto possível. Não faz observações ofensivas, não tem censura em seus lábios, mas apenas conselhos, muitas vezes velados. Quando vos lançais à crítica, que conclusões se devem tirar de vossas palavras? É que vós, que censurais, não teríeis feito o que reprovais e que, portanto, valeis mais que o culpado. Homens! Quando então julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem vossos irmãos? Quando abrireis os olhos somente para vós mesmos?
Sede, portanto, severos para convosco mesmos e indulgentes para com os outros. Pensai n’Aquele que julga em última instância, que vê os pensamentos secretos de cada coração e que, consequentemente, perdoa muitas vezes os erros que repreendeis, ou condena os que desculpais, pois conhece bem a causa de todos os atos. Pensai que vós que proclamais tão alto: “Maldito!”, podereis, talvez, ter cometido erros mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, pois a indulgência encanta, acalma, reergue, enquanto a severidade discrimina, distancia e irrita. (Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 10 Joseph, Espírito Protetor - Bordeaux, 1863).

Crítica

Se você está na hora de criticar alguém, pense um pouco, antes de iniciar.
Se o parente está em erro, lembre-se de que você vive junto dele para ajudar.
Se o irmão revela procedimento lamentável, recorde que há moléstias ocultas que podem atingir você mesmo.
Se um companheiro faliu, é chegado o momento de substituí-lo em trabalho, até que volte.
Se o amigo está desorientado, medite nas tramas da obsessão.
Se o homem da atividade pública parece fora do eixo, o desequilíbrio é problema dele.
Se há desastres morais nos vizinhos, isso é motivo para auxílio fraterno, porquanto esses mesmos desastres provavelmente chegarão até nós.
Se o próximo caiu em falta, não é preciso que alguém lhe agrave as dores de consciência.
Se uma pessoa entrou em desespero, no colapso das próprias energias, o azedume não adianta.
Ainda que você esteja diante daqueles que se mostram plenamente mergulhados na loucura ou na delinquência, fale no bem e fuja da crítica destrutiva, porque a sua reprovação não fará o serviço dos médicos e dos juízes indicados para socorrê-los, e, mesmo que a sua opinião seja austera e condenatória, nisso ou naquilo, você não pode olvidar que a opinião de Deus, Pai de nós todos, pode ser diferente.

Livro O Espírito da Verdade – Chico Xavier e Waldo – Vieira – Espírito André Luiz

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