segunda-feira, 8 de julho de 2019

O QUE É PRECISO PARA SER SALVO. PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO


1. Portanto, quando o Filho do homem vier em sua majestade acompanhado de todos os anjos, se sentará sobre o trono de sua glória; e, todas as nações estando reunidas perante ele, separará uns dos outros, como um pastor separa as ovelhas dos cabritos, e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá àqueles que estiverem à sua direita: Vinde, vós que fostes abençoados por meu Pai, possuí o reino que vos foi preparado desde o início do mundo; pois tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; tive necessidade de abrigo e me abrigastes; estive nu e me vestistes; estive doente e fostes me visitar; estive na prisão e viestes me ver.
Então os justos perguntarão: Senhor, quando vos vimos faminto e vos demos de comer, ou que tivestes sede e vos demos de beber? Quando vos vimos sem abrigo e vos abrigamos e sem roupas e vos vestimos? E quando vos vimos doente ou na prisão e que fomos vos visitar? E o Rei responderá a eles: Eu vos digo em verdade que, todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes. Ele dirá em seguida àqueles que estiverem à sua esquerda: Separai-vos de mim, malditos; ide ao fogo eterno, que foi preparado para o diabo e para seus anjos; pois tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; tive necessidade de abrigo e não me abrigastes; estive sem roupas e não me vestistes; estive doente e na prisão e não me visitastes.
Então, eles assim responderão: Senhor, quando vos vimos ter fome, ter sede, ou estar sem abrigo, sem roupas, ou doente ou na prisão, e que não vos assistimos? Mas ele responderá: Eu vos digo em verdade que, todas as vezes que deixastes de dar assistência a um desses pequeninos, deixastes de fazê-lo a mim mesmo.
E então estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (Mateus, 25:31 a 46)
2. Então um doutor da lei, se levantando, disse-Lhe para tentá-Lo: Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna? Jesus lhe respondeu: O que está escrito na lei? Como lês? Ele Lhe respondeu: Amareis ao Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda  a vossa alma, de todas as vossas forças e de todo o vosso Espírito, e vosso próximo como a vós mesmos. Jesus lhe disse: Respondestes muito bem; fazei isso e vivereis.
Mas este homem, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é meu próximo? E Jesus, tomando a palavra, lhe disse: Um homem que descia de Jerusalém a Jericó caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram, cobriram-no de feridas e deixaram-no meio morto. E eis que de repente um sacerdote passava pelo mesmo caminho e que, tendo-o notado, passou bem longe. Um levita, que também vinha pelo mesmo lugar, vendo-o, também passou longe. Mas um samaritano que viajava, passando pelo lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, ficou tomado por compaixão. Aproximou-se então dele, passou azeite e vinho em suas feridas, e as enfaixou; e, pondo-o sobre seu cavalo, levou-o a uma estalagem e tomou conta dele. No dia seguinte, tirou duas moedas, que deu ao hospedeiro, e lhe disse: Cuidai bem deste homem, e tudo o que gastardes a mais, eu vos restituirei em minha volta.
Qual destes três vos parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? O doutor Lhe respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Ide, pois, lhe disse Jesus, e fazei o mesmo. (Lucas, 10:25 a 37)
3. Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra estas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna: Bem-aventurados – disse Ele – os pobres de espírito, ou seja, os humildes, pois é deles o reino dos Céus; bem aventurados aqueles que têm o coração puro; bem-aventurados aqueles que são mansos e pacíficos; bem-aventurados aqueles que são misericordiosos; amai ao vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que gostaríeis que vos fizessem; amai aos vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; fazei o bem com discrição; julgai a vós mesmos antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que Ele não cessa de recomendar e exemplificar. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E faz mais do que recomendar a caridade, coloca-a claramente, e em termos bem definidos, como a condição absoluta da felicidade futura.
No quadro em que Jesus nos mostra o julgamento final é preciso, como em muitas outras coisas, separar o que pertence à linguagem figurada, à alegoria. A homens como estes a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, devia apresentar imagens materiais chocantes, surpreendentes e capazes de impressionar; para melhor serem aceitas, devia mesmo não se afastar das ideias do seu tempo, quanto à forma, reservando sempre para o futuro a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma ideia dominante: a da felicidade reservada ao justo e a da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais são as razões em que se baseia a sentença? No que se baseia o inquérito? O juiz pergunta se foram atendidas estas ou aquelas formalidades, observadas estas ou aquelas práticas exteriores? Não, ele pergunta apenas sobre uma coisa – a prática da caridade – e se pronuncia dizendo: “Vós, que socorrestes vossos irmãos, passai à direita; vós, que fostes duros para com eles, passai à esquerda”. Indaga pela ortodoxia da fé? Faz diferença entre aquele que crê de uma maneira e o que crê de outra? Não; pois Jesus coloca o samaritano, tido como herético, mas que tem amor ao próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Jesus não põe a caridade apenas como uma das condições da salvação e, sim, a condição única. Se houvesse outras a serem consideradas, Ele as teria mencionado. Se coloca a caridade como a primeira das virtudes, é que dela fazem parte, necessariamente, todas as outras: a humildade, a doçura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc.; e porque ela é totalmente oposta ao orgulho e ao egoísmo.

EXAMINA-TE

“Nada faças por contenda ou por vanglória, mas por humildade.” -
Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2, versículo 3.)

O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para todas as criaturas e para todas as ideias sadias em sua expressão substancial.
Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie, no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.
A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos semelhantes.
O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade, afirmando que nada deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de humildade.
Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa desnecessária, cuida de teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente, incompreensivo e infiel, recebe as observações indébitas e passa adiante.
Continua trabalhando em teu ministério, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.

Livro Caminho, Verdade e Vida – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

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