segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A VERDADEIRA PROPRIEDADE


Pascal - Genebra, 1860
9. Verdadeiramente, o homem só possui como seu aquilo que pode levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e do que deixa ao partir, desfruta durante sua permanência na Terra. Mas, forçado que é a abandonar tudo, tem apenas o usufruto e não a posse real. O que é, afinal, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso é o que traz e o que leva, e que ninguém tem o poder de lhe tirar, que servirá a ele no outro mundo, muito mais do que neste. Dependerá dele ser mais rico em sua partida do que quando chegou, visto que, do que tiver adquirido em bens morais, resultará a sua posição futura. Quando um homem viaja para um país
distante, arruma sua bagagem de acordo com o uso daquele país; não carrega o que lhe será inútil. Fazei, pois, o mesmo, em relação à vida futura e fazei provisões de tudo o que poderá vos servir lá.
Ao viajante que chega a uma estalagem é dado um bom alojamento, se puder pagar; àquele que tem pouca coisa, é dado um pior; quanto àquele que nada tem, é deixado ao relento. Assim acontece ao homem quando chega no mundo dos Espíritos: o lugar para onde irá depende de suas posses; mas não é com ouro que pode pagar. Ninguém irá perguntar-lhe: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Mas pergunta: O que trazes? Não será computado nem o valor de seus bens nem o de seus títulos, mas, sim, a soma de suas virtudes; portanto, é desse modo que o operário pode ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará o homem que antes de sua partida pagou sua entrada no outro mundo com ouro, pois terá como resposta: os lugares daqui não são comprados, são obtidos pelo bem que se fez; com a moeda terrestre, pudestes comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo é pago com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo, e vai aos primeiros lugares, onde todas as felicidades te esperam. És pobre delas? Vai para os últimos lugares, onde serás tratado de acordo com as tuas posses.

M., Espírito Protetor - Bruxelas, 1861

10 Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui de acordo com sua vontade, e o homem é apenas seu usufrutuário, um administrador mais ou menos íntegro e inteligente. Tanto assim é que não constituem esses bens propriedade individual do homem e que Deus frequentemente frustra todas as previsões, e a riqueza escapa daquele que acredita possuí-la por direito.
Podeis pensar que isso se compreende em relação aos bens hereditários, mas que não ocorre o mesmo em relação à riqueza que o homem adquiriu por seu trabalho. Sem dúvida alguma, se há riqueza legítima, é a que foi adquirida honestamente, pois uma propriedade é apenas adquirida honestamente, quando, para possuí-la, não se faz o mal a ninguém. Serão exigidas rigorosas contas de todo dinheiro mal ganho, isto é, ganho em prejuízo de alguém. Mas por que um homem conquistou sua riqueza por si mesmo, terá alguma vantagem ao morrer? Os cuidados que toma ao transmiti-la a seus descendentes não são muitas vezes inúteis? Sim, sem dúvida, pois, se Deus não quiser que estes a recebam, nada poderá prevalecer contra Sua vontade. Pode o homem usar e abusar dela impunemente, durante sua vida, sem prestar contas? Não; permitindo-lhe adquiri-la, Deus pôde querer recompensá-lo, durante esta vida, por seus esforços, coragem, perseverança. Se a utilizar para servir apenas à satisfação de seus sentidos ou de seu orgulho, se ela se torna um motivo de queda em suas mãos, melhor seria não a ter possuído, pois perde o que ganhou e, ainda, anula todo o mérito de seu trabalho, e, quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu sua recompensa.

Questão de Consciência

“Guardemos a consciência tranquila a prática do bem ser-nos-à garantia da paz e a paz em nós se nos fará fonte de permanente alegria.
A criatura de consciência culpada é semelhante a pessoa que carrega uma carga superior às próprias forças, parecendo arrastar-se entre o cansaço e a irritação.”

Livro Monte Acima – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

domingo, 22 de setembro de 2019

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS


8. A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura resolver em vão, desde que se considere apenas a vida atual. A principal questão que se apresenta é esta: por que todos os homens não são igualmente ricos? Eles não o são por uma razão muito simples: porque não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Está matematicamente demonstrado que, se a riqueza fosse igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; supondo-se que essa divisão fosse feita, o equilíbrio seria rompido em pouco tempo, pelas diferenças de qualidade e de aptidões de cada um; que, se isso fosse possível e durável, cada um tendo somente o necessário para viver, resultaria na destruição de todos os grandes trabalhos que contribuem para o progresso e bem-estar da Humanidade; que, ao supor que ela daria a cada um o necessário, não haveria mais o estímulo que impulsiona o homem às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que dali ela se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitindo-se isto, pergunta-se: Por que Deus a dá a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos? É novamente uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando ao homem o livre arbítrio, quis que ele chegasse, por sua própria ação, a estabelecer a diferença entre o bem e o mal, de tal forma que a prática do bem fosse o resultado de seus esforços e de sua própria vontade. O homem não deve ser conduzido fatalmente nem ao bem, nem ao mal, porque seria apenas um ser passivo e irresponsável, como os animais. A riqueza é um meio de colocá-lo à prova moralmente; mas, como ela é, ao mesmo tempo, um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique por muito tempo improdutiva, e eis por que a transfere incessantemente. Cada qual deve possuí-la para aprender a utilizá-la e demonstrar que uso dela saberá fazer. Mas há uma impossibilidade material de que todos a possuam ao mesmo tempo. Se todas as pessoas a possuíssem, ninguém trabalharia, e o melhoramento da Terra sofreria com isso. Essa é a razão de cada um a possuir por sua vez. Desta maneira, aquele que hoje não a tem, já a teve ou a terá em uma outra existência, e outro que a tem agora poderá não ter mais amanhã. Há ricos e pobres, porque Deus, sendo justo como é, determina a cada um trabalhar por sua vez. A pobreza é para uns a prova de paciência e resignação; a riqueza é para outros a prova de caridade e abnegação.
Lamenta-se, com razão, o péssimo uso que algumas pessoas fazem de suas riquezas, as vergonhosas paixões que a cobiça desperta, e pergunta-se: Deus é justo ao dar a riqueza a tais pessoas? É claro que, se o homem tivesse apenas uma existência, nada justificaria tal repartição dos bens da Terra; entretanto, se ao invés de limitar sua visão à vida presente, considerar o conjunto das existências, vê que tudo se equilibra com justiça. Assim, o pobre não tem motivos para acusar a Providência, nem de invejar os ricos, e nem estes têm motivos para vangloriar-se do que possuem. Se abusam da riqueza, não será nem com decretos, nem com leis que limitem o supérfluo e o luxo que se poderá remediar o mal. As leis podem momentaneamente modificar o exterior, mas não o coração; eis por que essas leis têm apenas uma duração temporária e são sempre seguidas de uma reação desenfreada. A origem do mal está no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão por si mesmos, quando os homens deixarem-se reger pela lei da caridade.

A RIQUEZA REAL

"Porque o meu Deus, Segundo as suas riquezas,
suprirá todas as vossas necessidades..."
PAULO. (Filipenses, 4:19.).

Cada criatura transporta em si mesma os valores que amealha na vida.
Os sábios, por onde transitam, conduzem no espírito os tesouros do conhecimento.
Os bons, onde estiverem, guardam na própria alma a riqueza da alegria.
Os homens de boa-vontade carreiam consigo os talentos da simpatia.
As pessoas sinceras ocultam na própria personalidade a beleza espiritual.
Os filhos da boa-fé cultivam as flores da esperança.
Os companheiros da coragem irradiam de si mesmos a energia do bom ânimo.
As almas resignadas e valorosas se enriquecem com os dons da experiência.
Os obreiros da caridade são intérpretes da vida Superior.
A riqueza real é atributo da alma eterna e permanece incorrutível quem a conquistou.
Por isso mesmo reconhecemos que o ouro, a fama, o poder e a autoridade entre os homens são meras expressões de destaque efêmero, valendo por instrumentos de serviço da alma, no estágio das reencarnações.
Desassisado será sempre aquele que indisciplinadamente disputa as aflições da posse material, olvidando que há mil caminhos sem sombras para buscarmos, com o próprio coração e com as próprias mãos, a felicidade imperecível.
A responsabilidade deve ser recebida, não provocada.
Muitos ricos da fortuna aparente da terra funcionaram na posição de verdugos do Cristo, sentenciado à morte entre malfeitores, entretanto, o Divino Mestre, com as simples e duras traves da Cruz, produziu, usando o amor e a humildade, o tesouro crescente da vida espiritual para os povos do mundo inteiro.

Livro Ceifa de Luz – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

domingo, 15 de setembro de 2019

UTILIDADE PROVIDENCIAL DA RIQUEZA. PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA.


7. A riqueza se tornaria um obstáculo absoluto à salvação daqueles que a possuem se interpretarmos ao pé da letra certas palavras de Jesus e não procurarmos entender o seu sentido. Deus, que a distribuiu, teria colocado nas mãos de alguns um meio inevitável de perdição, pensamento que contraria a razão. A riqueza é, sem dúvida, uma prova bastante arriscada, mais perigosa do que a miséria, em virtude das excitações, das tentações que oferece e da fascinação que exerce. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual; é o laço mais forte que prende o homem à Terra e desvia seus pensamentos do Céu. Causa tamanha perturbação, que se vê, frequentemente, aquele que passa da miséria à fortuna esquecer-se depressa da sua condição anterior, daqueles que foram seus companheiros, que o ajudaram, tornando-se insensível, egoísta e fútil. Mas, embora a riqueza dificulte o caminho, não significa que o torne impossível e não possa vir a ser até um meio de salvação nas mãos daquele que dela sabe fazer bom uso, tal como certos venenos que restabelecem a saúde, quando empregados apropriadamente e com equilíbrio.
Quando Jesus responde ao jovem que o interrogava sobre os meios de alcançar a vida eterna: desfazei-vos de todos os vossos bens e segui-me, não pretendia estabelecer como condição absoluta que cada um deva se desfazer do que possui, e que a salvação só se consegue a esse preço, mas mostrar que o amor possessivo aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele jovem, de fato, julgava-se quite com a lei, porque havia cumprido certos mandamentos e, no entanto, recua perante a ideia de abandonar seus bens; seu desejo de alcançar a vida eterna não ia até ao sacrifício de desfazer-se do que possuía.
A proposta de Jesus era uma questão decisiva para esclarecer o pensamento do jovem. Ele podia, sem dúvida, ser um padrão de homem honesto perante o mundo, não fazer o mal a ninguém, não maldizer seu próximo, não ser nem leviano, fútil ou orgulhoso, honrar seu pai e sua mãe; mas não possuía a verdadeira caridade, pois sua virtude não chegava até a renúncia em favor do próximo. O que Jesus quis demonstrar era uma aplicação do princípio: fora da caridade não há salvação.
A consequência destas palavras, se consideradas ao pé da letra, em seu exato sentido, seria a abolição da riqueza por ser prejudicial à felicidade futura, e como causa de incontáveis males na Terra. Seria também a condenação do trabalho que a pode conquistar. Isto seria um absurdo, uma vez que reconduziria o homem à vida selvagem, e que estaria em contradição com a lei do progresso, que é uma Lei de Deus.
Se a riqueza é a fonte de muitos males, se provoca tantas más paixões e tantos crimes, não é a ela que devemos culpar, e sim ao homem que dela abusa, como abusa de todos os dons que Deus lhe dá. Esse abuso torna ruim o que lhe poderia ser útil. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terreno. Se a riqueza devesse apenas produzir o mal, Deus não a colocaria na Terra; cabe ao homem fazer dela surgir o bem. Se ela não é um elemento direto do progresso moral, é, sem contestação, um poderoso elemento de progresso intelectual.
De fato, o homem tem por missão trabalhar para o melhoramento material da Terra; deve desbravá-la, prepará-la e saneá-la para um dia receber toda a população que sua extensão comporta; para alimentar toda essa população que cresce sem cessar, é preciso aumentar sua produção; se a produção de uma região é insuficiente, é preciso procurá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos tornam-se uma necessidade; para facilitá-las, é preciso destruir os obstáculos materiais que as separam, e tornar as comunicações mais rápidas. Para os trabalhos das gerações, que se realizam no decorrer dos séculos, o homem teve de extrair materiais das próprias entranhas da Terra; procurou na Ciência os meios de executá-los mais segura e rapidamente; mas, para fazê-los cumprir, necessitava de recursos: a necessidade fez com que criasse a riqueza, assim como ela o fez descobrir a Ciência. A atividade exigida para esses mesmos trabalhos aumenta e desenvolve sua inteligência; essa inteligência, que ele a princípio concentra na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sem a riqueza, que é o principal meio de realização das necessidades do homem, não haveria grandes trabalhos, nem atividades, nem estímulos, nem pesquisas. É, com razão, que ela é considerada um elemento de progresso.

OURO E PODER

Muita gente acredita encontrar na riqueza e no poder sinais de privilégios, quando ouro e influência simplesmente não passam de recursos destinados à aferição do valor que nos assinala.
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Lembremo-nos de que um homem aprisionado à sombra do cárcere é sempre alguém constrangido a mostrar virtudes que raramente possui.
Silencia por impossibilitado de gritar a desesperação que lhe vergasta o peito e revela quietação e tristeza, quais se fossem humildade e compreensão, porquanto, posto a ferros, é compelido a guardar-se em reserva compulsória.
* * *
Assim também ocorre com a enfermidade e o pauperismo, a inibição e o desvalimento na maior parte das circunstâncias.
Segregada, dentro deles, a alma reencarnada não dispõe de outros meios senão o de aceita-los como preço ao resgate das próprias dívidas.
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Entretanto, qual o sentenciado que abandona a cadeia sob exata observação, assim é a criatura que retém os talentos da fortuna e da autoridade, do equilíbrio e da robustez.
Não se encontram aqueles que os desfrutam na Terra contemplados por favores especiais, mas semi libertados pela benção do Céu, em regime de exame, nas escolas do mundo.
* * *
Dessa forma, nos momentos de paz, segurança e alegria, muitos de nós outros apenas respiramos, à luz de experiências novas, nas quais demonstraremos se não mais precisamos da dor e do infortúnio, na construção da estrada de elevação para Deus.

Livro Dinheiro – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

PARÁBOLA DOS TALENTOS


6. O Senhor age como um homem que, tendo que fazer uma longa viagem para fora de seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. E tendo dado cinco talentos a um, dois ao outro e um a outro, segundo a capacidade diferente de cada um, logo partiu. Aquele, pois, que havia recebido cinco talentos, foi-se embora; negociou esse dinheiro e ganhou outros cinco. Aquele que havia recebido dois, ganhou da mesma forma outros dois. Mas aquele que havia recebido apenas um, cavou um buraco na terra e lá guardou o dinheiro do seu amo. Muito tempo depois, tendo o amo voltado, chamou seus servidores, para que lhe prestassem contas. E aquele que havia recebido cinco talentos veio e apresentou-lhe outros cinco, dizendo-lhe: Senhor, vós me colocastes cinco talentos nas mãos; e tendes aqui mais outros cinco que ganhei. O amo respondeu-lhe: Bom e fiel servidor, porque fostes fiel com pouca coisa, dar-vos-ei muitas outras; entrai no gozo de vosso Senhor. Aquele que havia recebido dois talentos, também veio se apresentar e disse: Senhor, vós me colocastes dois talentos nas mãos; tendes aqui mais outros dois que ganhei. E o amo respondeu-lhe: Bom e fiel servidor, porque fostes fiel com pouca coisa, dar-vos-ei muitas outras; entrai no gozo de vosso Senhor. Aquele que tinha recebido apenas um talento veio em seguida e lhe disse: Senhor, sei que sois exigente; que ceifais onde não semeastes, e que colheis onde não haveis semeado; porque eu vos temia, fui esconder vosso dinheiro na terra; eis aqui, eu vos entrego o que vos pertence. Mas o amo respondeu-lhe: Servidor mau e preguiçoso, sabíeis que ceifo onde não semeei, e que colho onde não espalhei; devíeis, pois, colocar meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, em meu retorno, retirasse com juros o que me pertencia. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o àquele que tem dez talentos; pois dar-se-á a todos que têm, e terão em abundância; mas àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á até mesmo o que parece ter; e que se lance esse servidor inútil nas trevas exteriores: ali haverá choros e ranger de dentes. (Mateus, 25:14 a 30)

ADMINISTRAÇÃO

"Dá conta de tua administração". - Jesus. (LUCAS, 16:2).

Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra do Supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura humana detém possibilidades enormes no plano em que moureja.
Mordomo do mundo não é somente aquele que encanece os cabelos, à frente dos interesses coletivos, nas empresas públicas ou particulares, combatendo intrigas mil, a fim de cumprir a missão a que se dedica.
Cada inteligência da Terra dará conta dos recursos que lhe foram confiados.
A fortuna e a autoridade não são valores únicos de que devemos dar conta hoje e amanhã o corpo é um templo sagrado.
A saúde física é um tesouro.
A oportunidade de trabalhar é uma bênção.
A possibilidade de servir é um obséquio divino.
O ensejo de aprender é uma porta libertadora.
O tempo é um patrimônio inestimável.
O lar é uma dádiva do Céu.
O amigo é um benfeitor.
A experiência benéfica é uma grande conquista.
A ocasião de viver em harmonia com o Senhor, com os semelhantes e com a Natureza é uma glória comum a todos.
A hora de ajudar os menos favorecidos de recursos ou entendimento é valiosa.
O chão para semear, a ignorância para ser instruída e a dor para ser consolada são apelos que o
Céu envia sem palavras ao mundo inteiro.
Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o momento em que o Poder Divino te pedirá: - "Dá conta de tua administração".

Livro Fonte Viva – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

domingo, 1 de setembro de 2019

PARÁBOLA DO MAU RICO


5. Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho, e que se cuidava magnificamente todos os dias. Havia também um mendigo chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; mas ninguém lhe dava nada, e os cães vinham lamber-lhe as chagas. Aconteceu que esse mendigo morreu, e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico também morreu, e foi sepultado no inferno. E quando estava nos tormentos, levou os olhos ao alto e viu de longe Abraão e Lázaro em seu seio; e gritando, disse estas palavras: Meu Pai, tende piedade de mim, e enviai-me Lázaro, a fim de que ele molhe a ponta de seu dedo na água para refrescar minha língua, pois sofro extremos tormentos nesta chama.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembrai-vos de que recebestes vossos bens em vida, e que Lázaro somente recebeu males; por isso está agora na consolação, e vós, nos tormentos. E além disso, está firmado um grande abismo entre nós e vós; de maneira que aqueles que querem passar daqui para onde estais não o podem, como não se pode passar daí para cá.
O rico lhe disse: Eu vos suplico que o mandeis à casa de meu pai, onde tenho cinco irmãos, a fim de que lhes dê testemunho, para que eles também não venham para este lugar de tormentos. Abraão lhe disse: Eles têm Moisés e os profetas; que eles os ouçam. Mas o rico respondeu: Meu pai, se algum dos mortos for encontrá-los, farão penitência. Abraão lhe respondeu: Se eles não ouvem nem a Moisés nem aos profetas, não acreditarão em mais nada, ainda que algum dos mortos ressuscite. (Lucas, 16:19 a 31)

EM TORNO DA HUMILDADE

"Toda boa dádiva a todo Dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. - TIAGO. (Tiago, 1:17.).

Afinal, que possuímos que não devemos a Deus?
A própria vida de que dispomos se reveste de tanta grandeza e de tanta complexidade, que só a loucura ou a ignorância não reconhecem a Divina Sabedoria em seus fundamentos.
Para a consideração disso, basta que o homem reflita no usufruto inegável de que se vale na mobilização dos bens que o felicitam no mundo.
O corpo que lhe serve de transitória moradia é uma doação dos Poderes Superiores, por intermédio do santuário genético das criaturas.
Os familiares se lhe erigem como sendo apoios de empréstimo.
A inteligência se lhe condiciona a determinados fatores de expressão.
O ar que respira é patrimônio de todos.
As conquistas da ciência, sobre as quais baseia o progresso, são realizações corretas, mas provisórias, porquanto se ampliam consideravelmente, de século para século.
Os seus elementos de trabalho são alteráveis de tempo a tempo.
A saúde física é uma dádiva em regime de comodato.
A fortuna é um depósito a título precário.
A autoridade é uma delegação de competência, obviamente transferível.
Os amigos são mutáveis na troca incessante de posições, pela qual são frequentemente chamados a prestação de serviço, segundo os ditames que os princípios de aperfeiçoamento ou de evolução lhes indiquem.
Os próprios adversários, a quem devemos preciosos avisos, são substituídos periodicamente.
Os mais queridos objetos de uso pessoal passam de mão em mão.
Em qualquer plano ou condição de existência, estamos subordinados à lei da renovação. À vista disso, sempre que nos vejamos inclinados a envaidecer-nos por alguma coisa, recordemos que nos achamos inelutavelmente ligados à Vida de Deus que, a benefício de nossa própria vida, ainda hoje tudo pode rearticular, refundir, refazer ou modificar.

Livro Ceifa de Luz – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.