domingo, 9 de fevereiro de 2020

RECONHECE-SE O CRISTÃO POR SUAS OBRAS


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
RECONHECE-SE O CRISTÃO POR 
SUAS OBRAS
Simeão - Bordeaux, 1863

16. Nem todos que dizem: Senhor, Senhor, entrarão no reino dos Céus, mas apenas aqueles que fizerem a vontade de meu Pai que está nos Céus.
Escutai estas palavras do Mestre, todos vós que rejeitais a Doutrina Espírita como obra do demônio.
Abri os ouvidos, pois chegou o momento de ouvir.
Basta trazer os sinais do Senhor para ser um fiel servidor? Basta dizer: “sou cristão”, para ser seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis por suas obras. Eis as palavras do Mestre: Uma boa árvore não pode dar maus frutos, nem uma árvore ruim dar frutos bons. Toda árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Discípulos de Cristo, compreendei-as bem. Quais são os frutos que deve produzir a árvore do Cristianismo, árvore majestosa, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigaram todos aqueles que devem se reunir ao seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, tal como tem feito há muitos séculos, continua a pregar as divinas virtudes; procura distribuir seus frutos, mas poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Eles a moldaram à sua vontade; talharam-na de acordo com suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; seus ramos estéreis já nem maus frutos produzem, porque não produzem nada mais. O viajante cansado que para, procurando em sua sombra o fruto da esperança que deve lhe dar força e coragem, encontra apenas ramos áridos que prenunciam a tempestade. Pede em vão o fruto de vida à árvore da vida: as folhas caem secas; a mão do homem as manuseou e remanejou tanto que as secou! Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da vida cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidar dela com amor, e a vereis dar ainda, com abundância, seus frutos divinos. Deixai-a tal como o Cristo vô-la deu: não a mutileis; ela quer estender sobre o Universo sua imensa sombra: não corteis seus ramos. Seus frutos generosos caem em abundância para sustentar o viajante faminto que quer atingir o seu objetivo; não os amontoeis para guardá-los e deixá-los apodrecer para que não sirvam a ninguém. Muitos são os chamados e poucos os escolhidos; é que existem monopolizadores do pão da vida, como os há do pão material. Não vos coloqueis dentre eles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos. Ide, então, procurar aqueles que estão famintos; trazei-os para a sombra da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. Não se colhem uvas dos espinheiros. Meus irmãos, afastai-vos daqueles que vos chamam para vos arrastar para os espinheiros do caminho, e segui aqueles que vos conduzem à sombra da árvore da vida.
O Divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: Nem todos aqueles que me dizem: Senhor, Senhor, entrarão no reino dos Céus, mas só aqueles que fizerem a vontade de meu pai que está nos Céus.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça seus frutos com abundância!
Crede e orai.

PELAS OBRAS

"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra". -
Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:13).

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.
Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.
Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.
Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.
É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Livro Fonte Viva – Emmanuel – Chico Xavier.

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