sábado, 1 de fevereiro de 2020

SERÁ DADO ÀQUELE QUE TEM


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
SERÁ DADO ÀQUELE QUE TEM
Um Espírito Amigo - Bordeaux, 1862

13. Seus discípulos, se aproximando, Lhe disseram: Por que falais por parábolas? E lhes respondendo disse: É porque vos foi permitido conhecer o reino dos Céus, mas, quanto a eles, não lhes foi permitido. Pois a todo aquele que já tem será dado ainda mais, e ficará na abundância; mas daquele que nada tem será retirado até mesmo o que tem. Eis por que falo por parábolas; porque, ao ver, nada veem, e, ao ouvir, nada entendem nem compreendem. E a profecia de Isaías neles se cumpre quando disse: Escutareis com vossos ouvidos e não entendereis; olhareis com vossos olhos e não vereis. (Mateus, 13:10 a 14)
14. Prestai atenção ao que ouvis. Com a medida com que medirdes, medir-vos-ão a vós, e ainda darão de acréscimo. Porque, a quem tem dar-se-lhe-á, mas de quem não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. (Marcos, 4:24 e 25)
15. Dá-se àquele que tem e retira-se daquele que não tem; meditai sobre este grande ensinamento que, muitas vezes, vos parece contraditório. Aquele que recebeu é aquele que possui o sentido da palavra divina; recebeu porque tentou tornar-se digno disso, e porque o Senhor, em seu amor misericordioso, encoraja-lhe os esforços que tendem para o bem. Estes esforços contínuos, perseverantes, atraem as graças do Senhor; são como um ímã que atrai as melhoras progressivas, as graças abundantes que vos tornam fortes para subir a montanha sagrada, no cume da qual se encontra o repouso após o trabalho.
Tira-se daquele que nada tem, ou tem pouco; tomai isso como um ensinamento figurado. Deus não retira de suas criaturas o bem que se dignou a fazer-lhes. Homens cegos e surdos! Abri vossas inteligências e vossos corações; vede pelo Espírito, entendei pela alma, e não interpreteis de uma maneira tão grosseiramente injusta as palavras d’Aquele que fez resplandecer aos vossos olhos a justiça do Senhor. Não é Deus que retira daquele que recebeu pouco, é o próprio Espírito que, dispersivo e descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, na fecundidade, a dádiva semeada no seu coração.
Aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai conquistou e do qual é herdeiro vê esse campo cobrir-se de ervas daninhas. É seu pai culpado pelas colheitas que ele não quis preparar? Se deixou esses grãos destinados a produzir nesse campo morrerem por falta de cuidado, deve acusar a seu pai se eles nada produzem? Não, não; ao invés de acusar ao pai que tudo lhe deu, e que agora lhe retoma os bens, deve acusar-se a si mesmo por ser o verdadeiro autor do seu fracasso e, então, arrependido e com fé, entregar-se ao trabalho com coragem. Que prepare o solo estéril pelo esforço de sua vontade; que o lavre até o coração com a ajuda do arrependimento e da esperança; que lance com confiança a semente que tiver escolhido como boa entre as más, que o regue com seu amor e sua caridade, e Deus, o Deus de amor e de caridade, dará àquele que já tem. Então, verá seus esforços coroados de sucessos, e um grão produzir cem, e outro, mil. Coragem, trabalhadores! Pegai vossas grades e vossos arados; arai vossos corações; arrancai deles o joio, o mal; semeai neles o bom grão, o bem, que o Senhor vos confia, e o orvalho do amor os fará produzir frutos de caridade.



QUITAÇÃO

Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e devedores.
É por isso que te vês, frequentemente, na Terra, diante daqueles a quem deves algo.
No lar ou nas linhas que o margeiam, é fácil reconhecê-los, quando entregas desinteresse e dedicação, recolhendo aspereza e indiferença.
Muitas vezes, trazem nomes queridos no recinto doméstico, e assemelham-se a impassíveis verdugos, apresando-te o coração nas grades do sofrimento.
Em muitos lances da estrada, são amigos a quem te dás, sem reserva, e que te arrastam a dificuldades de longo curso.
Em várias ocasiões, são pessoas das quais enxugaste as lágrimas, situando-as na intimidade da própria vida, e que, de inesperado, te agridem a confiança com as pedras do desapreço.
Noutras circunstâncias, são companheiros de experiência que, de súbito, se transformaram em adversários gratuitos de teu caminho, hostilizando-te, em toda parte.
Entretanto, se defrontado por semelhantes problemas, é indispensável te municies de amor e paciência, tolerância e serenidade, para desfazeres a trama da incompreensão.
Guarda a consciência no dever lealmente cumprido e, haja o que houver, releva os golpes com que te firam, ofertando-lhes o melhor sentimento, a melhor ideia, a melhor palavra e a melhor atitude.
Água cristalina, pingando, gota a gota, converte o vaso de vinagre em vaso de água pura.

E, se depois de todos os teus gestos de fraternidade e benevolência, ainda te perseguem ou te injuriam, abençoa-os em prece e continua, adiante, fiel a ti mesmo, na certeza de que humildade, na hora de crise, é nota de quitação.

Livro Justiça Divina – Emmanuel – Chico Xavier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário