domingo, 15 de março de 2020

A FÉ, MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE


11. A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa; não deve ficar adormecida. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento de suas próprias filhas.
A esperança e a caridade são resultantes da fé; essas três virtudes formam uma trindade inseparável. Não é a fé que dá a esperança de se ver cumprirem as promessas do Senhor? Pois, se não tendes fé, o que esperais? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, que amor tereis, e que amor será esse?
A fé, inspiração divina, desperta todos os nobres sentimentos que conduzem o homem para o bem e é a base da sua renovação. É preciso que esta base seja forte e durável, pois, se a menor dúvida vier abalá-la, que será do edifício que construístes sobre ela? Construí, portanto, esse edifício sobre sólidas fundações; que vossa fé seja mais forte que as fórmulas enganosas e as zombarias dos incrédulos, pois a fé que não encara a zombaria dos homens não é a verdadeira fé.
A fé sincera é atraente e contagiante; comunica-se àqueles que não a têm ou, até mesmo, não fariam questão de tê-la. Encontra palavras convenientes que chegam até a alma, enquanto a fé aparente usa palavras sonoras que apenas produzem o frio e a indiferença. Pregai pelo exemplo de vossa fé para transmiti-la aos homens; pregai pelo exemplo de vossas obras, para que vejam o mérito da fé; pregai pela vossa esperança inabalável, para que vejam a confiança que fortifica e, até mesmo, estimula a enfrentar todas as contrariedades da vida.
Tende fé com o que ela tem de belo e de bom, em sua pureza e em sua racionalidade. Não vos conformeis em aceitar a fé sem comprovação, filha cega da cegueira. Amai a Deus, mas sabei por que O amais. Acreditai em suas promessas, mas sabei por que crê nelas. Segui nossos conselhos, mas conscientes do objetivo que vos mostramos e dos meios que indicamos para o atingir. Acreditai e esperai sem nunca fraquejar: os milagres são obras da fé.

COURAÇA DA CARIDADE

"Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade," -
(Paulo. 1 TESSALONICENSES, 5:8.)

Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz.
Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos confia.
A irritação permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico.
A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude.
A ira frequente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio em que se manifesta.
Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida.
É indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos.
A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível.

Livro Fonte Viva – Emmanuel – Chico Xavier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário