domingo, 8 de março de 2020

PARÁBOLA DA FIGUEIRA QUE SECOU


8. Quando saíram de Betânia, Jesus teve fome; e vendo ao longe uma figueira, foi até ela para ver se encontrava alguma coisa, e, ao se aproximar, encontrou apenas folhas, pois não era época de figos. Então Jesus disse à figueira: Que ninguém coma nenhum fruto de ti; foi o que seus discípulos ouviram. No dia seguinte, ao passarem pela figueira, perceberam que esta tinha se tornado seca até a raiz. E Pedro, lembrando-se das palavras de Jesus, Lhe disse: Mestre, vede como a figueira que amaldiçoastes tornou-se seca. Jesus, tomando a palavra, disse: Tende fé em Deus. Eu vos digo, em verdade, que todo aquele que disser a esta montanha: tira-te daí e lança-te ao mar, sem que seu coração hesite, mas acreditando firmemente que tudo aquilo que disser acontecerá, ele o verá de fato acontecer. (Marcos, 11:12 a 14, 20 a 23)

9. A figueira que secou é o símbolo das pessoas que têm apenas a aparência do bem, mas que, na realidade, não produzem nada de bom; oradores que têm mais brilho do que solidez, cujas palavras têm o verniz da superfície, agradam aos ouvidos, mas quando são analisadas, não encontramos nada de proveitoso para o coração e, após tê-las ouvido, fica-se perguntando qual proveito que delas se tirou.
É também o símbolo de todas as pessoas que têm a oportunidade de ser úteis e não o são; de todas as utopias*, de todos os sistemas vazios e de todas as doutrinas sem base sólida. O que lhes falta, na maior parte das vezes, é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que comove as fibras do coração; em uma palavra, a fé que transporta montanhas. São árvores que têm folhas mas não têm frutos. Eis porque Jesus as condena à esterilidade, pois chegará o dia em que ficarão secas até a raiz, ou seja, todos os sistemas, todas as doutrinas que não tiverem produzido nenhum bem para a Humanidade serão reduzidos ao nada; e todos os homens deliberadamente inúteis, que não utilizaram os recursos de que dispunham, serão tratados como a figueira que secou.
10. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem-lhes os organismos materiais que lhes faltam para nos transmitir suas instruções; eis porque são capacitados com dons para esse fim. Nestes tempos atuais de renovação social, têm uma missão especial: são como árvores que devem dar o alimento espiritual aos seus irmãos. Devem multiplicar-se para que o alimento seja farto; serão encontrados em todas as partes, em todos os países, em todas as classes sociais, junto aos ricos e aos pobres, aos grandes e aos pequenos, a fim de que não faltem em nenhum lugar e para provar aos homens que todos são chamados. Mas se desviam de seu objetivo providencial o dom precioso que lhes foi concedido, a mediunidade, se a fazem servir às coisas fúteis ou prejudiciais, se a colocam a serviço dos interesses materiais, se ao invés de frutos salutares dão maus frutos, se recusam torná-la benéfica para os outros, se dela não tiram proveito para sua própria melhoria, são como a figueira estéril. Deus, então, lhes retirará um dom que se tornou inútil em suas mãos: a semente, que não souberam fazer frutificar; e assim se tornarão vítimas de maus Espíritos.

FRUTOS

“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” —
Jesus. (MATEUS. Capítulo 7, versículo 20.)

O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de autoanálise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antiguidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.

Livro Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel – Chico Xavier.

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