sábado, 11 de abril de 2020

OS TRABALHADORES DO SENHOR


O Espírito de Verdade - Paris, 1862

5. É chegado o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade, e felizes serão aqueles que tiverem trabalhado no campo do Senhor generosamente e sem outro interesse que não a caridade! Suas jornadas de trabalho serão recompensadas cem vezes mais do que esperavam. Felizes serão os que houverem dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos nossos esforços a fim de que o Senhor encontre a obra terminada quando chegar”, e o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, que calastes vossos melindres e discórdias para não deixar a obra prejudicada!” Mas, infelizes daqueles que, por suas divergências vaidosas, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e serão levados no turbilhão! E clamarão: “Graça! Graça, Senhor!” Ele lhes dirá: “Por que pedis graças, vós que não tivestes piedade de vossos irmãos? Que recusastes estender a mão ao fraco e o esmagastes ao invés de socorrê-lo? Por que pedis graças, vós que procurastes na Terra vossa recompensa nos gozos e na satisfação de vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa de acordo com vossa vontade, nada mais deveis pedir. As recompensas celestes são para aqueles que não tenham recebido as recompensas na Terra”.
Deus faz neste momento a enumeração de seus servidores fiéis, e marcou “a dedo” aqueles que do devotamento só têm a aparência, a fim de que não se apoderem do salário dos servidores corajosos. A estes, que não recuarem perante a tarefa, é que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo, e estas palavras se cumprirão: “Os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros no reino dos Céus”.

Aproveitamento
“Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu
aproveitamento seja manifesto a todos.”
Paulo (I Timóteo, 4:15)

Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé constitui a preocupação de transformar compulsoriamente os outros.
Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando ideias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.
Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e estender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la é essencial.
Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, todavia, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em face da menor alfinetada no caminho da crença. Não toleram pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro jogo de máscara em todas as posições.
A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara.
A questão fundamental é de aproveitamento.
Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperioso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito, não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja manifesto a todos.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel – Chico Xavier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário