4. O reino de Jesus não é deste mundo, é o que todos entendem. Mas, na Terra, não terá Jesus uma realeza? O título de rei nem sempre implica o exercício do poder provisório. Ele é dado por meio de uma concordância de todos aos que, por sua genialidade, colocam-se em primeiro plano numa atividade qualquer, dominando seu século e influindo sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se diz: O rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, nascida do mérito pessoal, consagrada no tempo, não tem, muitas vezes, maior valor e importância do que aquele que leva a coroa? Ela é imortal e sempre abençoada pelas gerações futuras, enquanto a outra é jogo de oportunidades e, às vezes, amaldiçoada. A realeza terrena termina com a vida; a realeza moral ainda governa, sobrepondo-se além da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso do que todos os soberanos? Foi, pois, com razão que disse a Pilatos: Eu sou rei, mas meu reino não é deste mundo.
A EXEMPLO DO CRISTO
“Ele bem sabia o que havia no homem.” – (João, 2:25.)
Sim, Jesus não ignorava o que existia no
homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente.
Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo,
trouxe-o da sovinice para a benemerência.
Não desconhecia que Madalena era possuída
pelos gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.
Reconheceu a vaidade intelectual de
Nicodemos, mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.
Identificou a fraqueza de Simão Pedro,
todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual
que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente. Vê as dúvidas de Tomé,
sem desampará-lo.
Conhece a sombra que habita em Judas, sem
negar-lhe o culto da afeição.
Jesus preocupou-se, acima de tudo, em
proporcionar a cada alma uma visão mais ampla da vida e em aquinhoar cada
espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.
Não condenes, pois, o próximo porque nele
observes a inferioridade e a imperfeição.
A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.
O Amigo Divino sabe o que existe em nós... Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.
Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Francisco Cândido Xavier.
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