domingo, 24 de janeiro de 2021

DESTINAÇÃO DA TERRA. CAUSAS DAS MISÉRIAS HUMANAS

6. Muitos se surpreendem por encontrar na Terra tanta maldade e paixões terríveis, tantas misérias e doenças de todas as naturezas, e concluem disso que a espécie humana é algo muito triste. Este julgamento origina-se de um ponto de vista limitado e dá uma falsa ideia do conjunto. É preciso considerar que na Terra não se encontra toda a Humanidade, mas somente uma pequena fração dela. De fato, a espécie humana inclui todos os seres dotados de razão que povoam os incontáveis mundos do Universo. Pois bem, o que é a população da Terra comparada com a população total desses mundos? Bem menos do que a de um lugarejo em relação à de uma grande nação.

Portanto, a situação material e moral da Humanidade terrena nada tem de surpreendente, se levarmos em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.

7. Faríamos uma ideia muito falsa dos habitantes de uma grande cidade se apenas os julgássemos pela população dos bairros pobres e humildes. Num hospital veem-se somente doentes ou estropiados; numa prisão, veem-se todas as torpezas e todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes é pálida, fraca e enferma. Pois bem: que se considere a Terra como sendo um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, uma região doentia, pois ela é ao mesmo tempo tudo isso, e então se compreenderá por que as aflições superam as alegrias, já que não se enviam a um hospital pessoas que estão bem de saúde, nem às casas de correção os que não fizeram o mal. Acontece que nem os hospitais nem as casas de correção são lugares prazerosos.

Portanto, do mesmo modo que, numa cidade, toda a população não está nos hospitais ou nas prisões, também toda a Humanidade não está na Terra. Ora, assim como se sai do hospital quando se está curado e da prisão quando se cumpriu a pena, o homem deixa a Terra para mundos mais felizes quando está curado de suas enfermidades morais ou tenha resgatado as suas penas.

RICAMENTE 

“A palavra do Cristo habite em vós, ricamente.”

Paulo. (Colossenses, 3:16.)

Dizes confiar no poder do Cristo, mas, se o dia aparece em cores contrárias à tua expectativa, demonstras deplorável indigência de fé na inconformação.

Afirmas cultivar o amor que o Mestre nos legou, entretanto, se o companheiro exterioriza pontos de vista diferentes dos teus, mostras enorme pobreza de compreensão, confiando-te ao desagrado e à censura.

Declaras aceitar o Evangelho em sua simplicidade e pureza, contudo, se o Senhor te pede algum sacrifício perfeitamente compatível com as tuas possibilidades, exibes incontestável carência de cooperação, lançando reptos e solicitando reparações.

Asseveras procurar a Vontade do Celeste Benfeitor, no entanto, se os teus caprichos não se encontram satisfeitos, mostras lastimável miséria de paciência e esperança, arrojando teus melhores pensamentos ao lamaçal do desencanto.

Acenderemos, porém, a luz, permanecendo nas trevas?

Daremos testemunho de obediência, exaltando a revolta?

Ensinaremos a serenidade, inclinando-nos à desesperação?

Proclamaremos a glória do amor, cultivando o ódio?

A palavra do Cristo não nos convida a marchar na fraqueza ou na lamentação, como se fôssemos tutelados da ignorância.

Segundo a conceituação iluminada de Paulo, a Boa Nova deve irradiar-se de nossa vida, habitando a nossa alma, ricamente.

Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Francisco Cândido Xavier.

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