domingo, 3 de janeiro de 2021

UMA REALEZA TERRENA

Uma Rainha de França - Havre, 1863

8. Quem melhor do que eu pode entender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo! O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, entenderá a insignificância dos reinos da Terra, se eu não o entendi? O que levei comigo de minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E para tornar a lição mais terrível, a minha realeza nem sequer me seguiu até o túmulo! Rainha eu era entre os homens, rainha eu acreditava entrar no reino dos Céus.

Que desilusão! Que humilhação quando, ao invés de ser recebida como soberana, vi acima de mim, mas bem acima, homens que acreditava serem insignificantes, a quem havia desprezado, pois não tinham sangue nobre! Então compreendi a inutilidade das honras e das grandezas que se procuram com tanto desejo na Terra!

Para se preparar um lugar neste reino celeste, é preciso a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua prática cristã, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que foste, que posição ocupaste, mas o bem que fizeste, as lágrimas que enxugaste.

Senhor, Jesus! Disseste que o teu reino não é deste mundo, pois é preciso sofrer para alcançar o Céu, e pelos degraus do trono não nos aproximamos dele. São os atalhos mais difíceis da vida que nos levam para lá. Procura, então, o caminho nas dificuldades e nos espinhos e não entre as flores.

Os homens correm atrás dos bens terrenos como se pudessem guardá-los para sempre; mas aqui não há mais ilusões. Logo percebemos que apenas nos apoderamos de uma sombra e que desprezamos os únicos bens sólidos e duráveis, os únicos que nos seriam úteis na morada celeste, e os únicos que poderiam dar acesso a essa morada.

Tem piedade dos que não ganharam o reino dos Céus. Ajuda-os com tuas preces, pois a prece aproxima o homem do Altíssimo. É o traço de união entre o Céu e a Terra. Não o esqueças.

SIRVAMOS AO BEM

“A luz resplandece nas trevas.” – (João, 1:5.)

Não te aflijas porque estejas aparentemente só no serviço do bem.

Jesus era sozinho, antes de reunir os companheiros para o serviço apostólico. Sozinho, à frente do mundo vasto, à maneira de um lavrador, sem instrumentos de trabalho, diante da selva imensa...

Nem por isso o Cristianismo deixou de surgir, por templo vivo do amor, ainda hoje em construção na Terra, para a felicidade humana.

Jesus, porém, não obstante conhecer a força da verdade que trazia consigo, não se prevaleceu da sua superioridade para humilhar ou ferir.

Acima de todas as preocupações, buscou invariavelmente o bem, através de todas as situações e em todas as criaturas. Não perdeu tempo em reprovações descabidas. Não se confiou a polêmicas inúteis.

Instituiu o reinado salvador de que se fizera mensageiro, servindo e amando, ajudando sempre e alicerçando cada ensinamento com a sua própria exemplificação.

Continuemos, pois, em nossa marcha regenerativa para a frente, ainda mesmo quando nos sintamos a sós.

Sirvamos ao bem, acima de tudo, entretanto, evitemos discussões e agitações em que o mal possa expandir-se.

Foge a sombra ao fulgor da luz.

Não nos esqueçamos de que milhares de quilômetros de treva, no seio da noite, não conseguem apagar alguns milímetros da chama brilhante de uma vela, contudo, basta um leve sopro de vento para extingui-la.

Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Francisco Cândido Xavier.

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