domingo, 22 de maio de 2022

CONVIDAR OS POBRES E OS ESTROPIADOS

7. E Ele também disse àquele que o tinha convidado: Quando derdes um banquete, não convideis nem vossos amigos nem vossos irmãos, nem vossos parentes, nem vossos vizinhos que forem ricos, para que também eles o convidem em seguida, por sua vez, e que assim vos retribuam o que tenham recebido de vós. Mas quando derdes um festim, convidai os pobres, os estropiados*, os coxos e os cegos. E ficareis felizes por eles não terem meios de vos retribuir; isso vos será retribuído na ressurreição dos justos.

Um daqueles que estavam à mesa, tendo escutado estas palavras, Lhe disse: Feliz daquele que comer do pão no reino de Deus! (Lucas, 14:12 a 15)

8. Jesus disse: Quando derdes um banquete, não convideis vossos amigos e sim os pobres e os estropiados. Estas palavras, absurdas se tomadas ao pé da letra, são sublimes se delas entendermos o espírito.

Jesus não queria dizer que, ao invés de seus amigos, é preciso reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre simbólica, e, para homens incapazes de entender as formas delicadas do pensamento, eram necessárias imagens fortes, que produzissem o efeito semelhante às cores berrantes. A substância de seus pensamentos se revela nestas palavras: Sereis felizes, pois não têm meios de vos retribuir. Isto quer dizer que não se deve de modo algum fazer o bem esperando por retribuição, mas pelo puro prazer de fazê-lo. Para fazer uma comparação surpreendente, Jesus diz: Convidai para vossos banquetes os pobres, pois sabeis que estes não poderão vos retribuir. E por banquetes é preciso entender não a refeição propriamente dita, mas sim a participação na fartura de que desfrutais.

Estas palavras podem, entretanto, ser entendidas num sentido mais literal. Quantas pessoas só convidam à sua mesa aqueles que podem, como dizem, lhes honrar, ou que podem retribuir-lhes o convite! Outras, ao contrário, encontram satisfação em receber seus parentes ou amigos menos afortunados; e quem não os tem entre os seus? É a forma de prestar-lhes um grande serviço discretamente. Estes, sem ir recrutar os cegos e os estropiados, praticam o ensinamento de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e se sabem disfarçar o benefício com uma sincera cordialidade.

AGUILHÕES

“Duro é para ti recalcitrar contra o aguilhão.”

Jesus. (ATOS, capítulo 9, versículo 5.)

O caminho evolutivo está sempre repleto de aguilhões.

De outro modo, não enxergaríamos a porta redentora.

Entrega-se Deus aos filhos da Criação inteira, reparte com todos os tesouros de seu amor infinito, estimula-os a se elevarem, através de mil modos diferentes; entretanto, existem círculos numerosos como a Terra, em que as criaturas não se apercebem dessas realidades gloriosas e paralisam a marcha, dormindo no leito da ilusão.

Perante tal inércia, os mensageiros da Providência, aos quais se confiou a tarefa de iluminação dos que estacionam na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar.

Cientes de que Deus dá tudo — a vida, os caminhos, os bens infinitos, os gênios inspiradores e só pede às criaturas se lhe dirijam aos braços paternais — esses divinos emissários organizam os aguilhões, por amor aos seus tutelados.

Nesse programa, criou Jesus os mais nobres incitamentos, para a esfera terrestre. A riqueza e a pobreza, a fealdade e a formosura, o sofrimento e a luta são aguilhões ou oportunidades instituídos pelo Cristo, a benefício dos homens.

Cada existência e cada pessoa tem a sua dificuldade particular, simbolizando ensejo bendito.

Analisa a tua vida, situa teus aguilhões e não te voltes contra eles.

Se um espírito da grandeza de Paulo de Tarso não podia recalcitrar, imagina o que se pedirá do nosso esforço.

Livro Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel – Médium Chico Xavier.

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