Paulo, Apóstolo - Paris, 1860
10.
Meus filhos, fora da caridade não há salvação é o ensinamento moral que
contém a destinação dos homens, tanto na Terra quanto no Céu. Na Terra, porque
à sombra dessa bandeira viverão em paz; no Céu, porque aqueles que a tiverem
praticado encontrarão graça diante do Senhor. Este símbolo é a luz celeste, a
coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para conduzi-lo à Terra da Promissão;
e brilha no Céu como uma auréola santa na fronte dos eleitos e, na Terra, está
gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: passai à direita, vós, os
abençoados de meu Pai. Vós os reconhecereis pelo perfume de caridade que
espalham ao seu redor. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume
melhor os deveres do homem do que este ensinamento moral de ordem divina. O Espiritismo
não podia provar melhor sua origem do que dando-a por regra, pois ela é o
reflexo do mais puro Cristianismo, e, com esta orientação, o homem nunca se
desencaminhará. Dedicai-vos, meus amigos, a compreender-lhe o profundo
significado e suas consequências, e nela procurar, por vós mesmos, as suas
aplicações. Deixai que a caridade governe todas as vossas ações, e vossa
consciência responderá; ela não somente evitará a vós de fazer o mal, mas
levar-vos a fazer o bem, porque não basta uma virtude passiva, é preciso uma virtude
ativa. Para fazer o bem, é preciso sempre a ação da vontade; para não fazer o
mal, basta frequentemente o não fazer nada e a indiferença.
Meus amigos, agradecei a Deus, que vos permitiu desfrutar da luz do Espiritismo. Não é porque só os que a possuem podem salvar-se, mas porque, ao vos ajudar a compreender melhor os ensinamentos do Cristo, ela faz de vós melhores cristãos. Que os vossos irmãos, ao vos observar, possam dizer que o verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, pois todos aqueles que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam.
COM CARIDADE
“Todas as vossas coisas sejam feitas com
caridade.”
Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 16, VERSÍCULO 14.)
Ainda existe muita gente que não entende outra
caridade, além daquela que se veste de trajes humildes aos sábados ou domingos
para repartir algum pão com os desfavorecidos da sorte, que aguarda calamidades
públicas para manifestar-se ou que lança apelos comovedores nos cartazes da
imprensa.
Não podemos discutir as intenções louváveis
desse ou daquele grupo de pessoas; contudo, cabe-nos reconhecer que o dom
sublime é de sublime extensão.
Paulo indica que a caridade, expressando amor
cristão, deve abranger todas as manifestações de nossa vida.
Estender a mão e distribuir reconforto é
iniciar a execução da virtude excelsa. Todas as potências do espírito, no
entanto, devem ajustar-se ao preceito divino, porque há caridade em falar e
ouvir, impedir e favorecer, esquecer e recordar. Tempo virá em que a boca, os
ouvidos e os pés serão aliados das mãos fraternas nos serviços do bem supremo.
Cada pessoa, como cada coisa, necessita da
contribuição da bondade, de modo particular.
Homens que dirigem ou que obedecem reclamam-lhe
o concurso santo, a fim de que sejam esclarecidos no departamento da Casa de
Deus, em que se encontram. Sem amor sublimado, haverá sempre obscuridade,
gerando complicações.
Desempenha tuas mínimas tarefas com caridade,
desde agora. Se não encontras retribuição espiritual, no domínio do
entendimento, em sentido imediato, sabes que o Pai acompanha todos os filhos
devotadamente.
Há pedras e espinheiros? Fixa-te em Jesus e passa.
Livro Pão Nosso – Espírito Emmanuel – Médium Chico Xavier.
Nenhum comentário:
Postar um comentário