segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A PORTA ESTREITA

3. Entrai pela porta estreita, pois a porta da perdição é larga e o caminho que a ela conduz é espaçoso, e há muitos que por ela entram.

Como a porta da vida é pequena! Como o caminho que a ela conduz é estreito! E como há poucos que a encontram! (Mateus, 7:13 e 14)

4. Alguém da multidão Lhe perguntou: Senhor, são poucos os que se salvam? Ele respondeu: Fazei esforços para entrardes pela porta estreita, pois vos asseguro que muitos procurarão por ela entrar, e não poderão. E quando o pai de família tiver entrado, e tiver fechado a porta, e que, estando do lado de fora, começardes a bater à porta dizendo: Senhor, abre-nos; Ele vos responderá: Eu não sei de onde sois. Então, recomeçareis a dizer: Comemos e bebemos em vossa presença, e ensinastes em nossas praças públicas. E Ele vos responderá: Não sei de onde sois; afastai-vos de mim, vós todos que cometeis iniquidades.

E então haverá choros e ranger de dentes quando virdes que Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas estarão no reino de Deus, e que vós outros ficareis excluídos. Virão do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-dia, muitos que terão lugar na festa do reino de Deus. Então,

aqueles que forem os últimos serão os primeiros, e os que forem os primeiros serão os últimos. (Lucas, 13:23 a 30)

5. Larga é a porta da perdição, porque as más paixões são numerosas e o caminho do mal é frequentado pela maioria. A da salvação é estreita, pois o homem que quer transpô-la deve fazer grandes esforços para vencer suas más tendências, e poucos se submetem a isso; é o complemento do ensinamento moral: muitos são os chamados e poucos os escolhidos.

Tal é o estado atual da Humanidade terrena, pois, sendo a Terra um mundo de expiação, nela o mal predomina, mas quando se transformar, o caminho do bem será o mais frequentado. Este ensinamento deve ser entendido na sua verdadeira significação e não no sentido que as palavras expressam. Se fosse esse o estado normal da Humanidade, Deus teria voluntariamente condenado à perdição a imensa maioria de suas criaturas; suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e bondade.

Mas de quais faltas esta Humanidade seria culpada para merecer uma sorte tão triste, no presente e no futuro, se estivesse na sua totalidade relegada à Terra e se a alma não tivesse tido outras existências?

Por que tantos entraves no caminho? Por que essa porta tão estreita, para ser transposta por tão poucos, se a sorte da alma está definitivamente fixada após a morte? É assim que, com a ideia de uma única vida, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a vivência anterior da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga; a luz ilumina os pontos menos esclarecidos da fé; o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado e, então, só assim se pode compreender toda a grandeza, toda a verdade e toda a sabedoria dos ensinamentos morais do Cristo.

AVANCEMOS ALÉM

“Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina do

Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de

novo o fundamento do arrependimento de obras mortas.”

– Paulo. (Hebreus, 6:1.)

Aceitar o poder de Jesus, guardar certeza da própria ressurreição além da morte, reconfortar-se ante os benefícios da crença, constituem fase rudimentar no aprendizado do Evangelho.

Praticar as lições recebidas, afeiçoando a elas nossas experiências pessoais de cada dia, representa o curso vivo e santificante.

O aluno que não se retira dos exercícios no alfabeto nunca penetra o luminoso domínio mental dos grandes mestres.

Não basta situar nossa alma no pórtico do templo e aí dobrar os joelhos reverentemente; é imprescindível regressar aos caminhos vulgares e concretizar, em nós mesmos, os princípios da fé redentora, sublimando a vida comum.

Que dizer do operário que somente visitasse a porta de sua oficina, louvando-lhe a grandeza, sem, contudo, dedicar-se ao trabalho que ela reclama? Que dizer do navio admiravelmente equipado que vivesse indefinidamente na praia sem navegar?

Existem milhares de crentes da Boa Nova nessa lastimável posição de estacionamento. São quase sempre pessoas corretas em todos os rudimentos da doutrina do Cristo. Crêem, adoram e consolam-se, irrepreensivelmente; todavia, não marcham para diante, no sentido de se tornarem mais sábias e mais nobres. Não sabem agir, nem lutar e nem sofrer, em se vendo sozinhas, sob o ponto de vista humano.

Precavendo-se contra semelhantes males, afirmou Paulo, com profundo acerto: – “Deixando os rudimentos da doutrina de Jesus, prossigamos até à perfeição, abstendo-nos de repetir muitos arrependimentos porque então não passaremos de autores de obras mortas.”

Evitemos, assim, a posição do aluno que estuda e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o arrependimento é útil, de quando em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal de teimosia e viciação.

Livro Fonte Viva – Espírito Emmanuel – Médium Chico Xavier.

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