domingo, 14 de junho de 2020

DEIXAI OS MORTOS ENTERRAR SEUS MORTOS


7. Ele disse a um outro: Segui-me. Ele Lhe respondeu: Senhor, permiti que eu vá primeiro enterrar meu pai. Jesus lhe respondeu: Deixai os mortos enterrar seus mortos; mas, quanto a vós, ide anunciar o reino de Deus. (Lucas, 9:59 e 60)
8. O que podem significar estas palavras: Deixai os mortos enterrar seus mortos? As considerações anteriores já nos mostraram, antes de tudo, que, na ocasião em que foram pronunciadas, não podiam ser uma censura àquele que considerava um dever de piedade filial enterrar o corpo de seu pai. Portanto, elas contêm um significado mais profundo, que só um conhecimento mais completo da vida espiritual pode fazer compreender.
A vida espiritual é, de fato, a verdadeira vida, é a vida do Espírito. Sua existência terrena é apenas transitória e passageira, espécie de morte, se a compararmos ao esplendor e a atividade da vida espiritual.
O corpo é apenas uma vestimenta grosseira que reveste temporariamente o Espírito, verdadeira cadeia que o prende à gleba terrena e da qual fica feliz em se libertar. O respeito que se tem pelos mortos não se refere à matéria, mas, sim, à lembrança, ao Espírito ausente. É semelhante àquele que se tem pelos objetos que lhe pertenceram, que tocou, e os que lhe querem bem os guardam como objetos de estima. Era isso o que aquele homem não podia compreender por si mesmo, e Jesus o ensina dizendo: Não vos inquieteis com o corpo, preocupai-vos antes com o Espírito; ide ensinar o reino de Deus; ide dizer aos homens que sua pátria não está na Terra e sim no Céu, pois é lá que está a verdadeira vida.

O MUNDO E O MAL

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” —
Jesus. (JOÃO, capítulo 17, versículo 15.)

Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte. Muitos companheiros não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis para quem nunca levou em linha de conta o esforço próprio.
O anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do espírito.
Orando ao Pai pelos discípulos, Jesus rogou para que não fossem retirados do mundo, e, sim, libertos do mal.
O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios de delicado aroma, sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis. Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o mal que está em nós.

Livro Caminho, Verdade e Vida – Espírito Emmanuel – Médium Francisco Cândido Xavier.

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