domingo, 17 de outubro de 2021

VERDADEIRA PUREZA. MÃOS NÃO LAVADAS.

8. Então os escribas e os fariseus que tinham vindo de Jerusalém se aproximaram de Jesus e disseram: Por que vossos discípulos violam a tradição dos antigos? Por que eles não lavam as mãos quando tomam suas refeições?

Jesus lhes respondeu: Por que, vós mesmos, violais o mandamento de Deus para seguir a vossa tradição? Porque Deus disse: Honra a teu pai e à tua mãe, e o que amaldiçoar a seu pai ou à sua mãe, morra de morte. Vós outros, porém, dizeis: Qualquer um que disser a seu pai ou à sua mãe: toda oferta que faço a Deus te aproveitará a ti, está cumprindo a lei. Pois é certo que o tal não honrará a seu pai ou à sua mãe. Assim é que vós tendes feito vão o mandamento de Deus, pela vossa tradição.

Hipócritas, bem profetizou Isaías de vós outros, quando disse: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me honram, ensinando doutrinas e mandamentos que vêm dos homens.

E chamando a si o povo, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem. Então, chegando-se a Ele, os discípulos disseram: Os fariseus, depois que ouviram o que disseste, ficaram escandalizados. Ele lhes disse: Toda planta que meu Pai não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os; são cegos e condutores de cegos. E se um cego guia a outro cego, ambos vêm a cair no abismo. E Pedro Lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo que entra pela boca desce ao ventre e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem. (Mateus, 15:1 a 20)

9. Enquanto falava, um fariseu pediu-Lhe que jantasse em sua casa; e Jesus, indo até lá, colocou-se à mesa. O fariseu começou então a dizer a si próprio: Por que Ele não lavou as mãos antes do jantar? Mas o Senhor lhe disse: Vós outros, fariseus, tendes grande cuidado em limpar o exterior do copo e do prato, mas o interior de vossos corações está repleto de

roubos e iniqüidades. Como sois insensatos! Aquele que fez o exterior também não fez o interior? (Lucas, 11:37 a 40)

10. Os judeus haviam desprezado os verdadeiros mandamentos de Deus, para se apegarem à prática dos regulamentos estabelecidos pelos homens, fazendo da sua prática rígida caso de consciência.

Qualquer ensinamento, ainda que fosse de compreensão simples, tornava-se complicado por causa das exigências formais exteriores. Como era mais fácil seguir essa práticas do que realizar a reforma moral e íntima, isto é, lavar as mãos do que limpar seu coração, os homens se iludiam a si mesmos e acreditavam estar quites para com Deus.

Acomodavam-se, assim, às práticas exteriores, continuando a ser como eram, já que era-lhes ensinado que Deus não pediria mais nada do que isso. Eis porque o profeta dizia: É em vão que este povo me honra com os lábios, ensinando mandamentos e leis dos homens. (Isaías, 29:13)

Assim também aconteceu com a doutrina moral do Cristo, que acabou sendo colocada para trás, esquecida, a exemplo do que haviam feito os antigos judeus, que acreditavam que sua salvação era mais garantida pelas práticas exteriores do que pelas morais. É a esses acréscimos, feitos pelos homens à Lei de Deus, que Jesus se refere quando disse: Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada pela raiz.

O propósito da religião é conduzir o homem a Deus. Mas o homem só chega a Deus quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor não atinge seu objetivo, e aquela sobre a qual o homem pensa poder se apoiar para fazer o mal ou é falsa, ou foi falsificada em seus fundamentos, e é esse o resultado a que chegam todas aquelas em que a forma se impõe ao fundo*. A crença, seja ela qual for, na eficiência dos símbolos exteriores é nula se não impede que se cometam homicídios, adultérios, roubos, calúnias e o mal ao

próximo. Ela faz supersticiosos, hipócritas ou fanáticos; mas não faz homens de bem.

Não basta, portanto, ter aparência de pureza; é preciso, antes de mais nada, ter a pureza de coração.

REPAREMOS NOSSAS MÃOS

“... Mostrou-lhes as suas mãos...” – (João, 20:20.)

Reaparecendo aos discípulos, depois da morte, eis que Jesus, ao se identificar, lhes deixa ver o corpo ferido, mostrando-lhes destacadamente as mãos...

As mãos que haviam restituído a visão aos cegos, levantado paralíticos, curado enfermos e abençoado velhinhos e crianças, traziam as marcas do sacrifício.

Traspassadas pelos cravos da cruz, lembravam-lhe a suprema renúncia.

As mãos do Divino Trabalhador não recolheram do mundo apenas calos do esforço intensivo na charrua do bem. Receberam feridas sanguinolentas e dolorosas...

O ensinamento recorda-nos a atividade das mãos em todos os recantos do Globo.

O coração inspira.

O cérebro pensa.

As mãos realizam.

Em toda parte, agita-se a vida humana pelas mãos que comandam e obedecem.

Mãos que dirigem, que constroem, que semeiam, que afagam, que ajudam e que ensinam... E mãos que matam, que ferem, que apedrejam, que batem, que incendeiam, que amaldiçoam ...

Todos possuímos nas mãos antenas vivas por onde se nos exterioriza a vida espiritual.

Reflete, pois, sobre o que fazes, cada dia.

Não olvides que, além da morte, nossas mãos exibem os sinais da nossa passagem pela Terra.

As do Cristo, o Eterno Benfeitor, revelavam as chagas obtidas na divina lavoura do amor. As tuas, amanhã, igualmente falarão de ti, no mundo espiritual, onde, interrompida a experiência terrestre, cada criatura arrecada as bênçãos ou as lições da vida, de acordo com as próprias obras.

Livro Fonte Viva – Emmanuel – Médium Chico Xavier.

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