domingo, 16 de junho de 2019

QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?


5. Chegando a casa, lá reuniu-se uma multidão tão grande de pessoas que nem mesmo puderam completar sua refeição. Quando seus parentes ouviram isto, saíram para o prender, pois diziam: Ele tinha perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos chegaram, ficando do lado de fora, e o mandaram chamar. O povo estava sentado ao seu redor, e disseram-Lhe: Vossa mãe e vossos irmãos que estão lá fora vos chamam. Mas Jesus lhes responde: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E olhando para aqueles que estavam ao seu redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; pois quem quer que faça a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Marcos, 3:20 e 21, 31 a 35; Mateus, 12:46 a 50)
6. Certas palavras ditas por Jesus soam estranhas, parecendo contraditórias com sua bondade e sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não perderam a oportunidade de fazer disto uma arma, dizendo que Jesus se contradizia. Um fato irrecusável é que sua doutrina tem por pedra angular, por base principal, a lei de amor e de caridade; não poderia destruir de um lado o que tinha estabelecido do outro, de onde é preciso tirar esta consequência rigorosa: que certos ensinamentos estão em contradição com aquele princípio básico porque as palavras que se Lhe atribuíram foram mal reproduzidas, mal compreendidas, ou nem são d'Ele.
7. Causa estranheza, com razão, Jesus mostrar neste caso tanta indiferença para com seus parentes e, além do mais, renegar sua mãe.
Em relação a seus irmãos, sabemos que nunca tiveram simpatia por Ele; espíritos pouco avançados, não compreendiam sua missão.
A conduta de Jesus, conforme entendiam, era esquisita, e os seus ensinamentos não os tinham convencido, já que nenhum deles tornou-se seu discípulo. Parece que, até certo ponto, partilhavam das prevenções dos inimigos d'Ele. O fato é que eles O tinham mais como a um estranho do que como a um irmão, quando se apresentava em família, e São João afirma positivamente: Não acreditavam Nele. (Veja João, 7:5)
Quanto à sua mãe, ninguém poderá contestar sua ternura para com o filho, mas é preciso deixar claro que também ela parecia não fazer uma ideia muito exata de sua missão, pois, ao que se sabe, nunca seguiu seus ensinamentos, nem lhes deu testemunho, como fez João Batista. A atenção maternal era nela o sentimento dominante.
Quanto a Jesus, supor-se que houvesse renegado sua mãe seria desmerecer-Lhe o caráter; tal pensamento não pode ser d'Aquele que disse: Honrai vosso pai e vossa mãe. É preciso, portanto, procurar um outro significado para estas palavras de Jesus, quase sempre encobertas sob forma simbólica.
Jesus não perdia nenhuma ocasião para dar um ensinamento, aproveitou, então, a chegada de sua família para estabelecer a diferença que existe entre parentesco corporal e parentesco espiritual.

EM FAMÍLIA

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” — Paulo. (1ª Epístola à Timóteo, Capítulo 5, Versículo 4.)

A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.
Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.
O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.
Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.
É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão.
Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.
É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena — aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário.
Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.

Livro Pão Nosso – Médium Chico Xavier – Espírito Emmanuel.

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