segunda-feira, 3 de junho de 2019

BENEFÍCIOS PAGOS COM A INGRATIDÃO e BENEFICÊNCIA EXCLUSIVA


BENEFÍCIOS PAGOS COM A INGRATIDÃO
Guia Protetor - Sens, 1862

19. O que pensar das pessoas que, recebendo a ingratidão em troca de um benefício prestado, negam-se a fazer outra vez o bem com temor de encontrar pessoas ingratas?
Tais pessoas são mais egoístas do que caridosas, pois fazer o bem esperando reconhecimento não é fazê-lo com desinteresse. O benefício desinteressado é o único que agrada a Deus. São também orgulhosas, pois se envaidecem pela humildade do beneficiado, que deve vir fazer o reconhecimento a seus pés. Aquele que procura na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no Céu; Deus recompensará aquele que não a procura na Terra.
É preciso sempre ajudar os fracos, mesmo sabendo antecipadamente que aqueles a quem fazemos o bem não nos agradecerão.
Sabei que se aquele a quem ajudais esquece o benefício, Deus levará isso mais em conta do que se já fôsseis recompensados pela gratidão.
Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar vossa perseverança em fazer o bem.
Como podeis saber se esse benefício, esquecido no momento, não trará mais tarde bons frutos? Ficai certos de que é uma semente que com o tempo germinará. Infelizmente, vedes apenas o presente.
Trabalhais para vós e não para os outros. Os favores acabam por abrandar os corações mais endurecidos; podem até ser esquecidos aqui na Terra, mas, quando o Espírito se livrar de seu envoltório carnal, ele se lembrará, e esse será o seu castigo. Então, lamentará sua ingratidão e desejará reparar sua falta, pagar sua dívida em uma outra existência, até mesmo, muitas vezes, aceitando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. É assim que, sem suspeitardes, tereis contribuído para seu adiantamento moral e reconhecereis mais tarde toda verdade desse ensinamento: um benefício jamais se perde. Mas tereis também trabalhado para vós, pois tereis o mérito de ter feito o bem com desinteresse e sem vos deixar desencorajar pelas decepções.
Meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos unem às vossas existências anteriores, e se pudésseis entender a grande multiplicidade de relações que unem os seres uns aos outros para o progresso de todos, admiraríeis ainda muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegar até Ele.

BENEFICÊNCIA EXCLUSIVA
São Luís - Paris, 1860

20. É correta a beneficência quando é exclusivamente praticada entre pessoas de uma mesma opinião, da mesma crença ou de um mesmo grupo social?
Não, pois é principalmente o espírito de seita e de grupo que é preciso eliminar, porque todos os homens são irmãos. Aquele que crê, o cristão, vê irmãos em todos seus semelhantes e, quando socorre aquele que está necessitado, não lhe interessa nem crença, nem opinião, no que quer que seja. Estaria ele seguindo o preceito de Jesus Cristo, que diz para amar até mesmo aos inimigos, se rejeitasse um infeliz por ele ter uma crença diferente da sua? Portanto, que o socorra sem lhe interrogar a consciência, porque, se ele for um inimigo da religião, será um meio de fazer com que ele a ame. Repelindo-o, fará com que ele a odeie.

Página de Amor
(Emmanuel)

Amar ainda e sempre para nós todos, os obreiros da terra, é incessante desafio. Isso porque amar é dar-se, no que possuamos ou sejamos de melhor.
***
A beneficência é a preciosa iniciação. Entregamos o que nos sobre em reconforto e, ao adiantar-nos em sentimento, dividimos com os outros aquilo que se nos faça desnecessário, até mesmo em nos referindo aos recursos primários que se nos mostram indispensáveis à vida.
Surge, porém, para cada um do nós o momento de dar-se. Dar-se nos mais íntimos pontos de vista. Doar-se em bondade e desprendimento, compreensão e renúncia sem nada pedir em troca. Abençoar a felicidade da pessoa ou das pessoas a quem mais amamos, mesmo quando a felicidade delas não se padronize pelos modelos em que se nos configura a alegria.
Se erguidos à semelhante prova, recusamos sofrimento e mudança, conformidade e reajuste, exigindo algo em nosso favor, efetivamente não estaremos amando ou então amando muito imperfeitamente ainda. Mas se aceitamos amar como se deve amar, surpreendemos a fonte da paz no imo do nosso próprio espírito, porquanto libertando e amparando aos nossos simultaneamente estaremos amparando e libertando a nós mesmos.
***
O amor imaginário, a basear-se no egoísmo, cria desilusão e enfermidade, desequilíbrio e morte.
O amor autêntico, no entanto, dando o melhor de si sem cogitar de si, gera grandeza e paz, aperfeiçoamento e alegria. Isso acontece porque toda vez que amamos particularmente a alguém que se encontra muito longe de responder-nos com qualquer migalha de compreensão e de afeto, elevamo-nos ao amor de Cristo que nos ama sem que realmente o amemos ainda, reconhecendo por fim, que esse alguém, refratário ao nosso amor, é, tanto quanto nós, um ser de origem divina, profundamente amado e constantemente sustentado por Deus.

Livro Encontro de Paz – Chico Xavier – Espíritos Diversos.

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